Mulheres do Campo

No mês dedicado às mulheres, a Secretaria do Desenvolvimento Agrário (SDA) dedica esta página a homenagear Mulheres do Campo, verdadeiras personalidades inspiradoras de quem constrói a agricultura familiar cearense. Mulheres dos quatro recantos do nosso território, porém unidas pela bravura, dedicação e orgulho de pertencerem ao campo e a partir dele se autoafirmarem diante dos desafios dos nossos tempos.

 

 

Thiara de Souza Silva – Sobral

 

A jovem Thiara (22) é agricultora e participa ativamente do grupo de jovens da comunidade Santa Luzia, em Sobral. É uma das lideranças jovens que dinamizam iniciativas culturais, ambientais, políticas e religiosas. Para ela, ser mulher exige atitude! Considera que as mulheres têm o direito de ser, fazer, falar e vestir o que quiser.

“Quando me formei decidi que não queria trabalhar numa indústria porque não queria enriquecer uma terceira pessoa e não investir em mim mesmo. Então, eu pensei: porque não criar a minha fonte de renda no meu quintal sem precisar sair de casa, até mesmo porque nunca gostei da cidade”, afirma a sobralense.

 

 

Ceiça Pitaguary – Maracanaú/Pacatuba

“Queremos construir atividades para firmar nosso povo no território”. É o que defende Ceiça (38), do povo Pitaguary na luta por projetos sustentáveis para os jovens da sua aldeia, localizada entre os municípios de Maracanaú e Pacatuba.

Ceiça é comprometida com o incentivo de projetos produtivos e de abastecimento nos 14 povos indígenas, presentes em 19 municípios. “Nós somos frutos de uma resistência, de uma teimosia dos nossos pais – e eu nunca saí da minha aldeia! Tenho todas as práticas de agricultura e através de projeto como o São José faremos como nossos antepassados. Eles ficaram e sofreram inclusive opressões, agora chegou a hora de nós também ficarmos com oportunidades”.

 

 

Joseli do Nascimento Cordeiro – Pacujá

A trajetória de Joseli do Nascimento é de superação em diversas frentes. A mobilizadora social foi uma das primeiras moradoras da Comunidade Quilombola Batoque, em Pacujá, a concluir o ensino superior.

Formada em História ela descreve seu caminho de luta. “Meu reconhecimento enquanto mulher negra eu sempre tive. A grande questão e o diferencial é que como eu vivo, cresci e fui gerada em uma comunidade quilombola, eu não tinha muita ciência como o resto do mundo olhava e tratava uma mulher negra. Eu sempre soube que era negra, porém eu estava muito alheia de certa forma como o mundo poderia ser agressivo com as mulheres negras e quilombolas. Entendi que ser mulher negra e assumir essa identidade implica em várias coisas tanto na questão da discriminação, como na questão de tentar ser forte o tempo todo, embora a gente tenha o direito também de não ser forte o tempo todo. A identidade física de quem eu era eu sempre tive, mas como o mundo encarava isso foi todo um processo”.

 

 

Marilene Silva – Senador Sá

Beneficiária do Projeto Paulo Freire, Marilene (36), moradora do Córrego de Baixo, em Senador Sá, defende em seu dia a dia no campo, em seu quintal produtivo, a ampliação efetiva dos direitos das mulheres na sociedade atual independente das regiões de convívio.

“Mesmo que a realidade das mulheres tendo mudado para melhor, é preciso abrir os olhos, participar das atividades na comunidade e compreender que os direitos das mulheres são iguais aos dos homens”.

 

 

 

Risalva Pereira Nascimento – Salitre

Risalva (36) assumiu o protagonismo na defesa de direitos da sua comunidade de Sítio Arapuca, localizada no Cariri. Com o coração orgulhoso de si, usa turbante como marca da sua identidade negra e quilombola. Seu quintal produtivo agroecológico, além ervas e alimentos, também é fonte de saberes ancestrais.

“Cada dia mais a agricultura precisa de espaços liderados por jovens e principalmente mulheres que sabem de si e apontam o caminho aonde querem chegar”.