Assentados movimentam economia de Chorozinho
17 de maio de 2012 - 15:54
Numa propriedade de 127 hectares, 18 famílias melhoram a renda através da criação de peixes, animais e cultivo de frutas, verduras e hortaliças
Assentados da Unidade Produtiva Rancho Alegre, em Chorozinho, Região Metropolitana de Fortaleza, mostram que a agricultura familiar gera riquezas e proporciona vida digna no campo. Numa propriedade de 127 hectares, 18 famílias melhoram a renda e movimentam a economia local através da criação de grandes e pequenos peixes, animais e cultivo de frutas, verduras e hortaliças.
O grupo faz parte da Associação Comunitária dos Trabalhadores orgânicos Terra Viva I, que comprou a propriedade em setembro de 2008, com recursos do Programa Nacional do Crédito Fundiário (PNCF). Foram aplicados mais de R$ 612 mil, sendo R$ 212 mil para financiamento da terra (recurso reembolsável) e quantia superior a R$ 400,4 mil para investimento em infraestrutura comunitária (não-reembolsável).
Na manhã de ontem (16), técnicos da Secretaria do Desenvolvimento Agrário (SDA) e o secretário executivo do Fundo Estadual de Desenvolvimento da Agricultura Familiar (Fedaf), Marco Aurélio Vasconcelos, visitaram essa experiência exitosa. A visita identificou oportunidades de expansão do empreendimento rural com financiamento através do Fedaf.
Marco Aurélio ressaltou que Unidade Produtiva Rancho Alegre tem grande possibilidade de realizar atividades agrícolas e não exclusivamente agrícolas. “Vemos que eles aqui têm um potencial muito forte para desenvolver projetos na área do turismo rural”, comentou. O grupo já trabalha com um restaurante de comidas feitas com produtos da agricultura familiar e uma pousada. A ideia dos assentados é ampliar o investimento. Aurélio adiantou que o Fedaf atende às necessidades do grupo.
De acordo com o líder comunitário Raimundo Silvano Castro, desde dezembro de 2011, duas famílias mantém o restaurante em funcionamento. Lá são oferecidos pratos tipicamente nordestinoes e cearenses: como galinha caipira, porco e ovelha, além de peixadas. Os visitantes podem saborear panelada, mão de vaca, tapioca, cuscuz, doces diversos, castanha e rapadura de caju. “Toda alimentação é produzida na própria unidade ou em assentamentos vizinhos, seguindo o modelo de produção agroecológica e sustentável”, frisou .
A Unidade Produtiva é dividida em quatros partes: comercial, composta por um restaurante e uma pousada; sequeiro, área com cultivo de caju, milho e feijão; irrigação, onde estão construídas as casas; e a parte de reserva florestal, que margeia o Rio Choró. Na área irrigada cada família possui um 1,5 hectare de terra onde está construída a casa e o restante é ocupado por um quintal produtivo com criação de pequenos animais, peixes e cultivo de plantações.
A senhora Liduína Sirilo é uma das beneficiadas com o projeto. No quintal de casa, ela cria porcos, galinhas e peixes e cultiva cebola, coentro, pimentão, tomate, maracujá, abóbora, banana e mamão. Toda produção é vendida para o restaurante da comunidade e o restante é comercializado na feira de Chorozinho, no comércio local e fornecido para o Programa de Alimentação Escolar (PNAE). A agricultora se mostra feliz e comenta que a posse da terra foi um passo decisivo para uma vida melhor. “Minha casa na cidade era pequena e eu não podia plantar nem criar. Nem eu, nem meus filhos queremos voltar para a cidade”, afirmou.
O Fedaf
O Fundo Estadual de Desenvolvimento da Agricultura Familiar (Fedaf) oferece empréstimos a agricultores familiares com juros de 0,5% (meio) por cento ao ano e prazo de até oito anos para pagamento, além de conceder abatimento de 30% para contratação de financiamento de forma individual e 40% para operações grupais pagas em dia.
Assessoria de Comunicação da Secretaria do Desenvolvimento Agrário
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