Conferência terá lançamento de livro sobre bioma Caatinga
10 de novembro de 2015 - 00:00
Próxima segunda-feira (16), a partir das 19h, no Plenário da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará, a Secretaria do Desenvolvimento Agrário do Estado do Ceará – SDA – e o Instituto Nordeste XXI realizam o lançamento do livro ‘O Mundo da Caatinga – I Conferencia da Caatinga’ durante a II Conferência da Caatinga – Desenvolvimento Humano com Sustentabilidade no Semiárido.
A obra, coordenada em seu conteúdo pela experiente jornalista Ângela Marinho, foi escrita em estilo primoroso, linguagem jornalística, leve, direta e com informações regionais estratégicas. Inicialmente, descreve a natureza do semiárido nordestino, com seus recursos hídricos, clima, solos, fauna, flora, para depois contemplar o homem caatingueiro nas suas dimensões social, ambiental, cultural e política.
O livro amplia o debate sobre o bioma da Caatinga, fazendo um levantamento histórico, geográfico e sobre o processo produtivo dessa biodiversidade que compreende 844.453 quilômetros quadrados, o equivalente a 11% do território nacional.
Declaração
Estão presentes neste livro informações relevantes dos secretários de meio ambiente e deputados estaduais nordestinos, presentes à I Conferência da Caatinga; análise da atuação dos órgãos responsáveis pelo desenvolvimento regional, descrevendo os relevantes serviços prestados ao Nordeste por DNOCS, BNB, Sudene, Embrapa e, mais recentemente, pela Agência Nacional de Águas (ANA); além de importantes sugestões das organizações não governamentais apresentadas por ocasião da preparação da Declaração da Caatinga.
Na ocasião do lançamento (leia abaixo histórico da I Conferência), será destacado a Declaração da Caatinga, e cumprirá pauta a ser construída pelos organizadores e parceiros ao longo do processo de mobilização social para o evento.
A Caatinga engloba os estados Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Piauí, Sergipe e o norte de Minas Gerais. Rico em biodiversidade, o bioma abriga 178 espécies de mamíferos, 591 de aves, 177 de répteis, 79 espécies de anfíbios, 241 de peixes e 221 abelhas. Cerca de 27 milhões de pessoas vivem na região, a maioria carente e dependente dos recursos do bioma para sobreviver.
Conferência
Para iniciar o processo de mobilização da sociedade cearense, a exemplo do que ocorreu na I Conferência, será realizado a Pré-Conferência Estadual, nesta segunda-feira (16), que marcará, também, a criação do Comitê Estadual da Conferência, que
ficará responsabilizado pela organização e mobilização dos diversos atores envolvidos com a temática em nosso estado.
Caberá ao Comitê, constituído por governos, parlamentos e sociedade civil, a condução do processo de articulação e debate no âmbito estadual, bem como a consolidação do conjunto de ações, propostas e compromissos a serem apresentados pelo Ceará na Conferência.
Caatinga toma assento na Rio+20
A I Conferência de um bioma exclusivamente brasileiro
Construir cidadania e preservar a Caatinga. Tomar para si o legado nordestino composto por lutas históricas que reivindicam espaço político e social para o povo caatingueiro. Assumir um compromisso político com o desenvolvimento sustentável e a boa convivência com o Semiárido. Apresentar ao mundo a Declaração da Caatinga através da Rio+20 e dar visibilidade às problemáticas e aos potenciais desse bioma genuinamente brasileiro.
Foram estas as motivações que impulsionam representantes do poder público, setor empresarial e da sociedade civil organizada a realizar, juntos, a I Conferência Regional de Desenvolvimento Sustentável do Bioma Caatinga: a Caatinga na Rio+20. Assim, durante dois dias – 17 e 18 de maio de 2012 – Fortaleza (Ceará-Brasil) tornou-se palco de um momento histórico para os Estados inseridos na região semiárida do Brasil.
Entre os participantes, gestores e parlamentares das três esferas governamentais, comunidade acadêmica, membros de entidades de pesquisa e de instituições financeiras. Além de profissionais liberais, representantes de organizações não governamentais e de vários tipos de movimentos sociais. A pluralidade de atores sociais mostrou a necessidade de uma articulação política para que se estabelecesse um compromisso institucional em prol da Caatinga, aproveitando o momento atual do Nordeste que vivenciava uma fase promissora de desenvolvimento.
A conferência se apresentou como a síntese de um ousado trabalho de mobilização. Mais de duas mil pessoas estiveram envolvidas com as discussões das pré-conferências, realizadas nos nove Estados nordestinos e no Vale do Jequitinhonha, localizado no norte de Minas Gerais, sudeste brasileiro. Em mais de um ano, acumularam-se reflexões e propostas que se confraternizam, nesses dias de maio, tendo em vista a superação de problemas ambientais e sociais no semiárido, especificamente, na Caatinga. Este amplo debate foi realizado com o apoio das superintendências do Banco do Nordeste do Brasil e coroou as comemorações pelos 60 anos de existência de um banco cuja missão é fomentar o desenvolvimento nordestino e da região semiárida.
A I Conferência somou-se à luta por sustentabilidade e pela boa convivência com o sertão. Para que, assim, sejam construídas ferramentas – tanto no poder público como na sociedade – para além do combate à seca. Para que todos os envolvidos se tornassem ainda mais comprometidos com o objetivo de construir uma dinâmica sustentável de desenvolvimento para a Caatinga brasileira. Ela foi, então, um momento para se pensar em como articular uma gestão sustentável do bioma, a partir de políticas públicas voltadas para o semiárido.
A ousadia de ideias, presente na I Conferência Regional da Caatinga, fez com que o Semiárido do Brasil fosse a única região, de um único bioma, a realizar uma conferência, antecipando o debate que ocorreu na Rio+20 – evento realizado pela Organização das Nações Unidas (ONU) que reuniu 199 países e que discutiu a relação entre meio ambiente e desenvolvimento sustentável.
Na mesma conferência planetária foi apresentada a Declaração da Caatinga, documento síntese da I Conferência de Fortaleza, cujo principal foco é o compromisso com o desenvolvimento que respeita a natureza. Foi, através dessa carta compromisso, que se ampliou o debate sobre as estratégias para se viver bem no semiárido.
Serviço:
Lançamento do Livro ‘O Mundo da Caatinga – I Conferencia da Caatinga’
Data: 16 de novembro de 2015
Local: Plenário da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará
Horário: 19horas