Iguatu recebe sistema que faz reuso de água
13 de outubro de 2016 - 00:00
Reuso de Águas Cinzas é mais uma tecnologia de convivência com o semiárido que chega a região centro sul do Ceará. Fruto da parceria entre o Instituto Elo Amigo e a Fundação Banco do Brasil, a tecnologia beneficiará famílias agricultoras da região, que agora poderão contar com um sistema que possibilita o reaproveitamento da água das pias do banheiro e da cozinha para regar plantas ao redor de casa.
Este é um projeto piloto e vai beneficiar 25 famílias da área rural do município de Iguatu. Para receber a tecnologia, as famílias passaram inicialmente por uma seleção realizada pela “comissão municipal pela vida no semiárido” e os critérios são basicamente ser agricultor ou agricultora e já possuir as cisternas de beber (16 mil litros) e de produzir (52 mil litros).
Segundo o coordenador do Projeto Reuso no Elo Amigo, Francisco Braz, a iniciativa é importante para famílias que produzem em suas pequenas áreas ou nos próprios quintais. Ele destaca que o reuso consegue recuperar pouco mais de 50% de toda a água que iria para o esgoto. “Para quem vive no semiárido sabe que cada gota d’água poupada é bem vinda e, as famílias beneficiadas inicialmente vão ter mais água para utilizar na produção. Imagine que a água que antes iria para o esgoto se somar à poluição de rios e lagos, agora serve para produzir mais vida”, destacou Braz.
Fonte: Articulação Semiárido Brasileiro
A revolução da água
Com uma planta que dura de 12 a 15 anos de vida, precisa de pouquíssima água para se desenvolver e que pode ser usada de várias maneiras, o jovem produtor viu rapidamente as vantagens da palma forrageira. Com menos de um mês de plantada, a palma já obtém um crescimento que impressiona quem não conhece a forma como ela aproveita os nutrientes da terra e a energia solar. E tudo isso com uma irrigação por gotejamento e com recursos hídricos limitados por conta do quinto ano consecutivo de estiagem.
No distrito de São Miguel, os seis hectares são irrigados por um cacimbão e dois poços profundos somando 1,5 mil litros por hora. Para aproveitar ainda mais os poucos recursos hídricos e a potencialidade de aproveitamento dessa realidade pela planta, a família introduziu a tecnologia do reuso da água cinza domiciliar, que passa por três sistemas de filtragem sendo compostos por uma camada de areia, brita e cascos de madeira, aquela usada na pia da cozinha ou no chuveiro e seria desperdiçada.
“O investimento é bem pequeno e o retorno muito grande. Aproveitamos a água para a palma e para alguns animais e com toda a água vinda da casa. São mais de 500 litros usados diariamente”, fala Júlio Castro mostrando o sistema, que é formado por um filtro com areia, brita, um segundo recipiente para nova filtragem e o terceiro que recebe a água limpa.
Com uma produção de 600 mil raquetes por hectare plantados na Fazenda em Quixeramobim, a palma forrageira vem ocupando cada vez mais espaço na produção agrícola cearense. Num cenário como o ano de 2016, onde a estiagem atingiu o momento mais crítico, segundo a Agência Nacional da Água (ANA), a palma representa mais do que uma alternativa e, sim, um dos mais importantes meios produtivos.
Assessoria de Comunicação da Secretaria do Desenvolvimento Agrário
Aécio Santiago – aecio.santiago@sda.ce.gov.br
Bruno Andrade – bruno.martins@sda.ce.gov.br