Programa Nacional de Crédito Fundiário e Ater transformam vidas no CE
13 de dezembro de 2016 - 10:00
Encontro realizado no último fim de semana no Crato apresentou resultados de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) e contou com a participação do secretário do Desenvolvimento Agrário Dedé Teixeira
O “Encontro Regional de Acesso à Terra, Assistência Técnica e Sucessão Rural” voltado para a população do interior cearense foi promovido pelo Instituto Flor do Piqui, organização não governamental, que em parceria com a Secretaria Especial de Agricultura Familiar e Desenvolvimento Agrário (Sead) presta Assistência Técnica e Extensão Rural, além de atuar no Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNCF). A programação se iniciou com visitas técnicas a dois assentamentos da reforma agrária.
Durante o primeiro dia do encontro, ficou claro que todos os envolvidos têm papel fundamental para o sucesso do desenvolvimento sustentável da agricultura familiar e o alcance de novas práticas na área. É um evento que mostra transformações proporcionadas pelas políticas de ater, principalmente com inovações e incentivando a participação de mulheres e jovens.
O Flor do Piqui tem seis contratos vigentes com a Sead, no valor de aproximadamente R$ 1 milhão, para atender 1.700 famílias do meio rural. Neste evento, foram entregues dois miniabatedouros às comunidades credenciadas mais antigas. A instalação atesta o padrão para comercialização de animais, qualificando e potencializando o acesso dos agricultores ao mercado.
A subsecretária Raquel Santori, da Secretaria de Reordenamento Agrário da Sead, acompanha o trabalho do Instituto e fez questão de estar presente nos atos de entrega. “Passa um filme na nossa cabeça. O PNCF, a assistência técnica, o apoio do estado e o esforço da comunidade faz tudo isso acontecer. Nós possibilitamos a terra, e inaugurar esse espaço é mais uma oportunidade que leva a outras”, disse. Raquel enfatizou a preocupação com as novas gerações: Não vamos deixar que isso envelheça e morra. Os filhos e os netos vão dar seguimento a todo esse trabalho”, disse ela, emocionada.
O presidente do Flor Piqui, Fracisco Wilton Furtado Alves, completou que o abatedouro é fruto da união de esforços. “O que importa nós temos: a terra e as condições de trabalhar. Com isso podemos produzir e colher frutos sempre. É gratificante todo o processo”, comentou. Já coordenador do Crédito Fundiário do Instituto, Carlos Freires, ressaltou que esse é um exemplo de como o trabalho é concluído e alcançado. “Quando as políticas públicas se integram, dá certo. Terra, energia, produção e comercialização: é um ciclo”, disse, ao exemplificar com a criação das galinhas, que foi iniciada com recursos do Pronaf, e agora os agricultores terão oportunidade de comercializar a produção em programas como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae).
Beneficiados
A Associação Comunitária dos Assentados da Fazenda Caldeirão Bom Sucesso, que existe há 10 anos, foi a primeira a receber o miniabatedouro de aves. São 14 famílias e 40 pessoas que vivem na propriedade, onde cada grupo familiar é responsável por alguma produção. No assentamento, eles têm produções diversas, como horticultura e gado.
Para o presidente da associação, José Wilson Juca da Silva, nada disso seria possível sem o PNCF e o Flor do Piqui. “Antes eu não era ninguém, era um viajante. Hoje tenho terra para trabalhar e acesso à produção. Tenho minha casa”, explicou ele, feliz, lembrando de sua trajetória e o esforço à frente da associação.
A segunda associação a receber o abatedouro foi a Unidade Produtiva Fazenda Malhada, que também completou 10 anos e fez festa de comemoração para a comunidade. No assentamento, moram oito famílias que priorizam a produção coletiva e dividem toda a renda. “Quando trabalhamos com as famílias juntas, temos mais força para uma conquista como essa e o poder de pagar nossas contas. Produzimos de tudo, todo mundo ajuda e a renda é dividida”, disse o presidente do grupo, Francisco José Taveira.
Quando perguntado sobre ter o desejo de as crianças seguirem com o trabalho, ele explicou que faz questão que elas frequentem a escola e que no retorno para casa, participem um pouco do dia a dia. “Não vou deixar as raízes se enfraquecerem, tem que continuar na agricultura. Meus filhos já ajudam na horta e na alimentação dos animais. Sabemos que vamos comer e o que vamos comer. Se não fortalecemos, não vencemos”, afirmou Francisco.
Fonte: Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário
Assessoria de Comunicação
Assessoria de Comunicação da Secretaria do Desenvolvimento Agrário
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