Mais orgânicos na mesa do brasileiro em 2017
19 de janeiro de 2017 - 10:31
Soma de inovação e tradição em prol do meio ambiente, de relações justas no trabalho e de qualidade de vida para todos, a produção de alimentos orgânicos no Brasil tem tudo para colher ótimos resultados em 2017
Segundo levantamento feito pela Coordenação de Agroecologia (Coagre) da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo (SDC), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a área de produção orgânica no país pode ultrapassar os 750 mil hectares registrados em 2016, impulsionada, principalmente, pela agricultura familiar.
Segundo a Coagre, houve um salto de 6.700 mil unidades (2013) para aproximadamente 15.700 (2016). Ou seja, em apenas três anos, foi registrado mais do que o dobro de crescimento deste tipo de plantio em solo brasileiro. No ranking das regiões que mais produzem alimentos orgânicos, o Sudeste fica em primeiro lugar, totalizando 333 mil hectares e 2.729 registros de produtores no Cadastro Nacional de Produtores Orgânicos (CNPO). Na sequência, as regiões Norte (158 mil hectares), Nordeste (118,4 mil), Centro-Oeste (101,8 mil) e Sul (37,6 mil).
Hoje, cerca de 75% dos produtores cadastrados no CNPO são agricultores familiares. “Interessante notar que o número de unidades de produção é cada vez maior e está se espalhando por quase todas as regiões do Brasil, o que indica que os agricultores familiares reconhecem na agroecologia e na produção orgânica uma maneira de comercializar alimentos, com valor agregado, e que, ao mesmo tempo, são produzidos sem o uso de insumos agroquímicos, constituindo uma opção mais segura para o agricultor, para o consumidor e para o meio ambiente”, analisa Sylvia Wachsner, coordenadora do Centro de Inteligência em Orgânicos (CI Orgânicos), mantido pela Sociedade Nacional de Agricultura (SNA).
No Ceará
A partir das 6h, no estacionamento do Cariri Shopping, quem quiser encontrar uma boa variedade de legumes, verduras, frutas e hortaliças como rúcula, salsa, espinafre, agrião, rabanete, alface, pimentão, tomate, plantas medicinais, cereja, vai dispor de pelo menos 17 feirantes que compõem a Associação Agroecológica Mãe Natureza (AMA) e comercializam os produtos em várias feiras há 10 anos.
Para a professora universitária Ana Cândida de Almeida Prado, a escolha de ir tão cedo fazer compras é uma questão de mais saúde. “Além de consumir um alimento mais completo e saudável, tem ainda o sabor dos produtos. Procuro chegar sempre nas primeiras horas da feira para encontrar mais variedades de verduras e frutas”, conta a professora.
Apesar do grande sucesso dos feirantes da associação, que hoje viajam comercializando seus produtos orgânicos, nem sempre isso foi uma realidade. “Todos nós trabalhávamos em propriedades arrendadas; não tinha nada certo e só pode acontecer uma mudança na terra depois de cinco anos de trabalho para que o agroecológico funcione de verdade”, explica a agricultora Aurilúcia Borges de Oliveira, 32 anos.
Assistência técnica
Além da regularização fundiária, que possibilitou a fixação na própria terra e o acesso às políticas de crédito rural e programas de investimento, os produtores também passaram por capacitações, treinamentos e assistência técnica que ampliou o leque de ações e de mercado para atender com os orgânicos.
“Fizemos vários cursos pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Instituto Agropolos, Instituto Flor do Piqui, Pronatec, a Ematerce, o próprio sindicato dos trabalhadores rurais abriu muitos caminhos. Hoje, estamos com um projeto do Fedaf (Fundo Estadual de Desenvolvimento da Agricultura Familiar) já aprovado no valor de R$ 90mil e com a assistência do Agropolos, para aquisição de três estufas. Antes trabalhávamos para uma feira, hoje para três e amanhã já podemos ampliar esse mercado”, destaca Aurilúcia que junto com os outros produtores chegam a receber, em média, cada agricultor, dois salários mínimos.
Segundo o coordenador do escritório da Ematerce em Juazeiro do Norte Sérgio Linhares, pequenas ações e mudanças no manejo da terra facilitaram resultados mais consistentes e práticas sustentáveis nessas comunidades. “As estufas, por exemplo, garante uma maior qualidade e controle da produção de verduras, o que no processo final representa melhor preço e mais participação no mercado”, enfatiza o coordenador.
Mercado aquecido
Se os clientes aumentam à procura de produtos orgânicos, mais saudáveis e de melhor qualidade, as feiras também vão se multiplicando e tentando se adequar às exigências do mercado.
Com a assistência da Ematerce, as feiras agroecológicas vão ocupando espaços como o da Praça Severiano Morel, ao lado da Igreja Matriz, no município de Camocim, Litoral Oeste, com significativo número de expositores e boa participação popular. A I Feira da Agricultura Familiar foi realizada em maio último promovida pela Secretaria Municipal da Pesca, Agricultura, Recursos Hídricos e Meio Ambiente, em parceria com o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Camocim e com a Ematerce.
No Crato, região do Cariri, 18 produtores familiares dos sítios Corujas, Bebida Nova, Cipó, Brejinho, Malhada e Romualdo perfazendo 18 produtores familiares, implantaram a Feira de Produtos da Agricultura Familiar – Fepaf, que acontece todos os sábados e quartas-feira, na praça do Bicentenário e na praça do Cruzeiro, no bairro do Seminário. A feira recebeu a visita do presidente e diretor técnico da Ematerce Antonio Amorim e Itamar Lemos e do gerente do órgão no Crato, Antônio Porto.
Em Fortaleza, a Feira da Agricultura Familiar que acontece no Parque de Exposição César Cals, vem se consolidando entre o público. Produtores e associados dos municípios de Pindoretama, Itatira, Paramoti, Horizonte, São Benedito, Fortaleza, Itapajé e Trairi realizam o comércio de produtos orgânicos com o apoio da Secretaria de Desenvolvimento Agrário.
Também, no bairro do Benfica, periodicamente, acontece a Feira Agroecológica, na Praça da Gentilândia. A próxima data é 21 de janeiro, a partir das 7h. (www.facebook/feiraagroecologicadobenfica)
Serviço:
– Cariri Shopping, Juazeiro do Norte, toda quarta-feira, de 6h às 10h, Av. Padre Cícero, 2555 – Triângulo, Juazeiro do Norte
– Feira do Município de Caririaçu, aos sábados, a partir das 10h
– Praça das Cacimbas, rua José Geraldo da Cruz, Juazeiro do Norte, sexta-feira, de 16h às 21h
– Feira da Agricultura Familiar no Crato, todos os sábados e quartas-feiras, na praça do Bicentenário e na praça do Cruzeiro, no bairro do Seminário.
– Feira da Agricultura Familiar em Fortaleza, de quinta-feira a sábado, no Parque de Exposições César Cals, na avenida Sargento Hermínio, 2677, bairro São Gerardo, das 7h às 17hs
Assessoria de Comunicação da Secretaria do Desenvolvimento Agrário
Aécio Santiago – aecio.santiago@sda.ce.gov.br
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Fonte de pesquisa
Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário
Assessoria de Comunicação