SDA e Agropolos selam a intenção de investir em cachaça artesanal

18 de janeiro de 2018 - 14:08

Associação dos Produtores de Cachaça de Alambique do Ceará (APCAC) busca apoio do Governo do Ceará para instalar e equipar unidade de beneficiamento de cana de açúcar. Diagnóstico do plano de negócios e formação técnica especializada também estão em estudo

Catalogar e resgatar a tradição da fabricação da cachaça artesanal e a cultura nordestina passada de geração em geração. Foi com esse mote que o secretário do Desenvolvimento Agrário Dedé Teixeira e a presidente do Instituo Agropolos do Ceará Ana Teresa de Carvalho estiveram reunidos com a Associação dos Produtores de Cachaça de Alambique do Estado do Ceará (APCAC) no final da tarde da última quarta-feira (17).

O encontro, na comunidade Vale do Lambedouro, selou a intenção do Governo do Ceará em traçar um diagnóstico, instalar e equipar uma unidade de beneficiamento de cana de açúcar e investir em formação técnica especializada que valorize o saber local. “Há um forte crescimento do setor, nacionalmente e mundialmente, e a SDA possui total interesse em pesquisar e investir na cachaça artesanal legitimamente cearense como produto da agricultura familiar”, saudou Dedé Teixeira citando como referência a região de Salinas (RJ).

O produtor Francisco Cardoso dos Santos, conhecido pela alcunha de Chico do Bié, narra que herdou o engenho do sogro e que a atividade no engenho começou em 1951, plantando cana-de-açúcar para fazer rapadura. Somente a partir de 1992 é que ele começou a fabricar a ça Malandrinha e distribuí-la para conhecidos. A principal diferença entre o método artesanal e o industrial, conta, é que somente a parte mais nobre da destilação, cerca de 10%, é comercializada, trazendo o sabor e o cheiro dos tonéis de madeira feitos com umburana, pau d´arco e aroeira.

Hoje, a Cachaça Viçosa, com variedades entre o engenho onde é fabricada e a madeira onde atravessa o processo de envelhecimento, já se encontra nas prateleiras de alguns dos melhores supermercados de Fortaleza e é exportada para o Sul e Sudeste do País. Pelo menos 30 produtores compõem o leque de produtores associados e a luta é pela profissionalização do ramo e pela padronização do produto.

“Em decorrência da terrível seca que o Estado atravessa, o outro pólo produtor, que é Barbalha, passa por uma escassez na falta de matéria prima e vocês dispõem do principal produto e precisam é da fábrica funcionando. Acho que a saída é equalizarmos essas duas equações e termos dois grande pólos produtores fabricando a todo vapor”, observou o secretário.

“Essa é a segunda vez que venho visitar vocês aqui (a anterior foi em outubro de 2017) e, se depender mim, buscaremos mais parcerias que fortaleçam essa cadeia produtiva que é tão importante para a cultura da Ibiapaba e para o bem das famílias desses produtores”, concluiu a presidente Ana Teresa de Carvalho citando o Sebrae e o Banco do Nordeste.

Assessoria de Comunicação da Secretaria do Desenvolvimento Agrário
André Gurjão –  andre.gurjao@sda.ce.gov.br
Marina Filgueiras – marina.filgueiras@sda.ce.gov.br