Mulheres do Semiárido: Farinhada em Parambu permite troca de experiências e solidariedade

29 de março de 2019 - 16:51

Ascom | Texto: André Gurjão - andre.gurjao@sda.ce.gov.br | Silvana Holanda - Esplar | Bernardo Lucas - bernardo.filho@sda.cegov.br | Rones Maciel - rones.maciel@sda.ce.gov.br
Imagens Silvana Holanda - Esplar

Vivendo há 10 anos na Comunidade Serra dos Limas, no município de Parambu, Maria Neci da Conceição Reis, de 58 anos, produz “de tudo um pouco”. Em seu quintal produtivo, de aproximadamente 1 hectare, pode se encontrar uma variedade de árvores frutíferas, verduras, ervas medicinais e hortaliças, além da criação de suínos, galinhas caipiras, apicultura e ovinocultura.

A beneficiária do Projeto Paulo Freire é atendida com a prestação de Assistência Técnica Contínua, por meio do Centro de Pesquisa e Assessoria Esplar, e aguarda a entrega dos animais do projeto produtivo em ovinocultura. Neci conta que, há cinco anos, quando foi comprar alguns animais (através de outro projeto de fomento para mulheres), não acreditavam que ela conseguiria desenvolver sua produção.

“Uma mulher riu da minha escolha e eu fiquei sem entender… dessas que eu comprei eu já comi, já vendi, comprei outras, vendi macho e comprei fêmeas”, narra a própria experiência. Mas Necy não trabalha o tempo todo sozinha. Na época da farinhada, famílias da região se juntam na casa de farinha construída em seu quintal e realizam troca de trabalho.

“Nós aqui é na base da troca. O vizinho vai farinhar. Nós vamo tudo ajudar ele. Quando eu vou farinhar, ele vem me ajudar com a família”. As atividades são divididas desde o roçado até a casa de farinha. Neste momento, o trabalho também é reunião de famílias, diversão, troca de experiências, solidariedade e ancestralidade.