Feira da Agricultura Familiar Agroecológica aproxima produtores e servidores públicos

8 de maio de 2019 - 19:48

Ascom | André Gurjão - andre.gurjao81@gmail.com

Cerca de 40 agricultores familiares participaram da I Feira da Agricultura Familiar Agroecológica da Secretaria do Desenvolvimento Agrário (SDA) nesta quarta-feira (8/5). O evento, no pátio da secretaria, teve como finalidade aproximar funcionários e produtores rurais e sensibilizar sobre a importância do Projeto Paulo Freire no combate à extrema pobreza rural do Estado e da relevância do setor no dia a dia da população cearense. O Instituto Agropolos do Ceará (IACe) apoiou o evento.

“Muitos dos nossos servidores, como tantos moradores da capital, não possuem a chance de visitar as comunidades rurais atendidas por políticas públicas executadas pela SDA. Ainda assim, quase todos aqui consomem produtos da agricultura familiar diariamente: mesmo sem ter conhecimento disso”, pontuou Jerônimo Nascimento. Para o chefe de gabinete do secretário De Assis Diniz, a estratégia da abertura de abrir o espaço à feira é válida e precisa ser repetida mais vezes.

Desde a terça-feira (7/5) anterior, os agricultores atendidos pelo projeto de combate à extrema pobreza viajam pelo interior cearense pela chance de venderem o excedente da produção agrícola familiar em Fortaleza. A maior quantidade produtos ofertados, sem qualquer contaminação de agrotóxicos e com um preço bastante acessível, foram, na maioria das vezes ,frutas da estação, como a ata, pinha ou fruto do conde; hortaliças e plantas medicinais; o artesanato, incluindo panelas de barro, bolsas de palha e chapéis; e doces, sucos e queijos.

Já a jovem agricultora Catrina Araújo, da comunidade Baixa Verde, município de Ipueiras fez uma escolha diferente. A beneficiária do Projeto Paulo Freire, que investe na comunidade com projetos produtivos nas áreas de avicultura e suinocultura, resolveu vender sabonetes artesanais fabricados com extrato do óleo de babaçu e essências naturais. “A gente pega a casca da aroeira, coloca num depósito de vidro com água e álcool e deixa lá por um mês”, desvenda um dos passos para fabricação do sabonete que ainda precisa ser moldado numa forma de silicone.

“Com a chegada do projeto, começamos a participar das reuniões e eles viram que a gente (grupo de jovens) tínhamos essa capacidade”, relata como a fabricação do produto teve início com as capacitações fornecidas pela iniciativa financiada com recursos de um empréstimo junto ao Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA). “Para mim, o Paulo Freire significa mais conhecimento e união. Oportunidade também. Porque o projeto demonstra para juventude que dá para sobreviver no semiárido, que não é necessário se deslocar para ter emprego e renda”.

Na visão de Íris Tavares, coordenadora do Projeto Paulo Freire, a aquisição de cada um dos produtos ofertados pela feira é “um ato político em defesa da agricultura familiar”. “O caminho da agricultura familiar nunca foi fácil, mas vamos seguir nos contagiando com a energia de todos vocês na defesa de um Brasil e de mundo mais humano” defendeu Íris. “(A feira) É uma forma de vendermos o excedente da nossa produção e fornecemos produtos saudáveis para população cearense”, agradeceu a agricultora Flaviana Lima durante a abertura da solenidade.

Também marcaram presença a diretora administrativo financeira do IACe, Delanny Pinheiro; o coordenador do Instituto Antônio Conselheiro (IAC), Ricardo Vasconcelos; e a representante Cáritas Diocesana de Crateús, Mirna Sousa Sales. Além destes, a coordenadora do Centro de Estudos do Trabalho e Assessoria ao Trabalhador (Cetra), Cristina Nascimento; e a representante da Juventude da Fetraece, Milena Camelo, dentre outras entidades que prestam assessoria técnica contínua por meio do Projeto Paulo Freire.