Seminário reúne agricultores em áreas assentadas e reassentadas para formação em políticas públicas

2 de dezembro de 2019 - 15:01

Ascom Agropolos

Preparar para desenvolver. Foi com esta finalidade que a Secretaria do Desenvolvimento Agrário (SDA) e o Instituto Veredas da Cidadania realizaram no último sábado (30), o seminário Formação em Políticas  Públicas para Assentamentos, Reassentamentos e Área Rural que contou com a parceria do instituto Agropolos do Ceará (IACe), reunindo gestores, representantes de assentamentos e das áreas rurais no Parque Botânico Estadual situado em Caucaia. A mesa de abertura foi composta pelo secretário de estado do Desenvolvimento Agrário, Francisco de Assis Diniz; pela diretora administrativo financeira do Agropolos, Delanny Pinheiro; pelo presidente da Ematerce, Antônio Amorim; e mediada pela diretora de projetos do Instituto Veredas, Rozane Alencar.

Iniciando as oratórias, a diretora administrativo financeira do IACe, Delanny Pinheiro (foto), falou sobre a importância dos trabalhos que já foram realizados junto aos agricultores. “A nossa gestão prioriza o fortalecimento da agricultura familiar. Portanto, buscamos parcerias com a mesma finalidade. Dentro do Projeto São José III (PSJIII), fizemos 95 Projetos Produtivos, que viabilizaram aquisição de estrutura e equipamentos para agricultores, como casas de farinha e abatedouros. Também atendemos a 78 entidades com Assistência Técnica, o que viabilizou regularização para financiamentos e participação em projetos, com o Programa de Aquisição de Alimentos e o Programa Nacional de Alimentação Escolar. Além disso, fizemos 182 planos de mecanização agrícola para a entrega de tratores. E nós estamos de portas abertas para iniciativas que proporcionem mais benefícios aos trabalhadores rurais”.

Posteriormente, o presidente da Empresa de Assistência Técnica Extensão Rural do Ceará (Ematerce), Antônio Amorim, destacou a necessidade de novas estratégias que possibilitem a organização dos agricultores para comercialização das produções sem os chamados “atravessadores”, que compram alimentos por valores abaixo do estimado, junto aos trabalhadores rurais, e repassam ao mercado com margem de lucro exorbitante. Itens que, por serem manejados sem o uso de agrotóxicos, são denominados de agroecológicos.

Novas perspectivas

Em sequência, o secretário Francisco de Assis Diniz (foto) pontuou possibilidades que poderão ser executadas no Projeto São José IV visando sanar problemas relacionados a comercialização. “Vamos pensar em estratégias que compreendam tanto a apresentação dos produtos como a distribuição deles. Para isso, estamos analisando assertivas que estejam em vigência em outros Estados, de modo que o próximo passo dado por nós seja firme, concreto. Uma das vertentes que podemos considerar é o estímulo a criação de cooperativas que, geralmente, possuem maior estrutura para atender ao comércio. Em toda a estruturação dessa etapa, que irá continuar proporcionando perspectivas positivas para a agricultura, teremos recurso de 581 milhões”.

Em busca de fortalecimento

Cris Fortini (foto), integrante do Instituto Terramar, foi ao evento para entender o que será proposto pelo Estado. “Precisamos ver de que forma os nossos representantes vão se comprometer com as políticas públicas necessárias aos povos de comunidades tradicionais, das áreas rurais e das áreas urbanas. Na instituição que eu faço parte, por exemplo, trabalhamos com comunidades tradicionais da zona costeira, com comunidades pesqueiras de área rural e com agricultura camponesa. Contribuímos na organização comunitária e apoiamos a comunidade na regularização fundiária. Além de incentivo, precisamos ter, nos nossos territórios, garantias de preservação dos ecossistemas e da biodiversidade. Sem manguezal, não tem pesca artesanal”.

O jovem pescador Renato Lemos (foto), que pretende estudar antropologia, é da Comunidade Tapeba e destaca a necessidade de “alternativas de produção agroecológica e de comercialização que fortaleçam a agricultura de subsistência e a comercialização direta dos pequenos produtores. Nós esperamos sair desse evento com a certeza de que vamos ter apoio do governo”.

A dona Fabiana Bento (foto), professora, e a dona Ivanilde Silva, liderança da Comunidade do Trilho e artesã especialista em cocar (foto), ambas da Comunidade Tapeba, também almejam o fortalecimento dos grupos produtivos situados na região da qual fazem parte.