Observatório: Censo Agropecuário traz informações sobre a participação das mulheres

9 de março de 2020 - 10:43

Texto: André Gurjão

No mês da mulher, o Observatório da Agricultura Familiar do Ceará contribui com a reflexão sobre a vida das trabalhadoras rurais e agricultoras familiares trazendo dados do último Censo Agropecuário (IBGE 2017). Dos 297,8 mil produtores familiares do Estado (equivalente a responsáveis pelos estabelecimentos familiares), 59,7 mil são mulheres (20,1%), sendo que 73,3% são negras e pardas. As maiores preocupações são com o fato de que 41,6% nunca frequentaram escola ou só tem o curso de alfabetização, quase um terço das produtoras não são proprietárias da terra e a grande maioria está na faixa etária acima de 45 anos de idade (68,9%) enquanto que somente 3% estão com até 25 anos.

Na opinião do secretário do Desenvolvimento Agrário, De Assis Diniz, as mulheres representam certamente mais que 20% das produtoras da agricultura familiar e 30% dos trabalhadores rurais ocupados. Para ele, a tradição patriarcal faz com que “a autodeclaração, em pesquisas como esta, subestimem a participação”. “Talvez também porque a classificação dos produtores se dê pela atividade principal, então atividades típicas da mulher na agricultura familiar, como os quintais produtivos, embora sejam importantes, não apareçam”, analisa.

Outros indicadores sistematizados pelo boletim apontam ainda que 58% das mulheres ocupadas em unidades produtivas de produção rural trabalham em estabelecimentos com até três hectares e a maior parte delas atua diretamente na direção do estabelecimento (78%). Já a codireção, quando o casal assume a responsabilidade em conjunto, acontece em 17,6% dos casos.

 

Acesse aqui a íntegra do boletim do Observatório de Março.