Projeto Paulo Freire promove acesso à água de qualidade no semiárido cearense

29 de março de 2022 - 15:27

Rones Maciel e Bernardo Lucas

Numa região de convivência com o semiárido, guardar água da chuva, ajuda. É com essa água que os/as agricultores/as familiares regam plantações, cozinham, fazem um cafezinho ou chá e “matam” sua sede. Isso mantém o quintal de famílias agricultoras no nosso semiárido vivo.

O Governo do Ceará, por meio da Secretaria do Desenvolvimento Agrário (SDA) tem promovido o acesso à água de qualidade às famílias pobres e extremamente pobres do semiárido cearense. Por meio do Projeto Paulo Freire (PPF) foram entregues quase 6 mil cisternas de placas (consumo humano/escolares) nos últimos 4 anos em parceria com o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA). E por meio de programas da SDA, somam-se a isso a contrapartida do Estado, que financiou 15 mil cisternas nos 31 municípios de atuação do PPF através da Coordenadoria do Abastecimento de Água e Esgotamento (COAGUA). Com isso, foi entregue um total de 20.528 cisternas.

O PPF possibilitou ainda o tratamento da água, realizado com as Estações móveis de Tratamento de Água (ETAs), que abasteceram 5.528 cisternas. O acesso à água potável de qualidade foi assegurado a 22.152 famílias (mais de ⅓ dos beneficiários do Projeto).

São mais de 83 mil pessoas beneficiadas diretamente com esse bem tão precioso, especialmente para as mulheres, que na maioria das vezes, são responsáveis de prover a água para o consumo e uso doméstico, impactando também diretamente sobre a saúde e segurança alimentar e nutricional da família.

A cisterna de placa – uma tecnologia social de captação e armazenamento de água da chuva, reconhecida internacionalmente, está presente nos terreiros e quintais de muitas famílias no semiárido brasileiro. Com capacidade de 16 mil litros (consumo humano ou primeira água) e 52 mil litros (produção). As cisternas de placas envolvem as famílias na sua implementação e no gerenciamento dos recursos hídricos, e favorece a melhoria no nível de segurança alimentar e nutricional das famílias.

A ETA (Estação móvel de Tratamento de Água) é um conjunto de equipamentos montados sobre uma plataforma de fácil transporte, utilizado para tornar a água suja e/ou contaminada em água potável. Seu funcionamento é equivalente ao de uma ETA convencional. É utilizada normalmente em situações de emergência ocasionada por secas, enchentes. Tem como características básicas: mobilidade, robustez, sustentabilidade e baixo custo operacional. Vale salientar o potencial econômico, tanto em questão de tempo, como financeiro, pois as famílias costumam pagar até R$ 350,00 por um carregamento pipa de água; e ainda corre o risco dessa água não ser apropriada para o consumo. Com as ETAs é garantido o tratamento de água.