SDA promove roda de conversa com mulheres quilombolas de Jardim

27 de fevereiro de 2023 - 12:40

Texto e web: Luan Herculano - Ascom SDA

No total, 25 mulheres da comunidade quilombola da Serra dos Mulatos participaram da atividade que tem como objetivo beneficiar representantes de povos e comunidades tradicionais

Com o tema “O que é ser Mulher Quilombola?”, a Secretaria do Desenvolvimento Agrário (SDA), por meio da Coordenadoria de Desenvolvimento dos Assentamentos, Reassentamentos, Povos e Comunidades Tradicionais (Codea), promoveu uma roda de conversa com um grupo de mulheres quilombolas do município de Jardim, na região do Cariri. O encontro, realizado em parceria com o Instituto Agropolos do Ceará, ocorreu nos dias 25 e 26 de fevereiro.

No total, 25 mulheres da comunidade quilombola da Serra dos Mulatos participaram da atividade que tem como objetivo beneficiar representantes de povos e comunidades tradicionais, destacando a valorização do que é ser mulher, bem como resgatar o debate sobre a importância da ancestralidade, as características de uma comunidade tradicional e suas riquezas no contexto da territorialidade e agricultura familiar. O encontro também contou com o apoio de representantes do Terreiro das Pretas.

Além dos diálogos e apresentações previstas nas atividades, uma oficina de fanzine – publicações produzidas por um grupo de pessoas de uma determinada cultura particular – foi realizada com as mulheres da Associação Remanescente de Quilombo Serra dos Mulatos. Por meio desta prática elas puderam expressar seus sentimentos através dos recortes a da construção de integração.

De acordo com a técnica da Codea, Samya Magalhães, o fim de semana foi diferenciado, pois promoveu encontros que possibilitaram e estabeleceram vínculos produtivos com as representações de mulheres de povos e comunidades tradicionais. “Esses dois dias foram importantíssimos no quesito das discussões abordadas e também na execução da oficina, onde elas mergulharam e refletiram sobre o tema. Colocaram recortes, escreveram poesias e apresentaram as suas publicações de maneira livre e leve”, destaca.

Para a dona Nita – considerada a mulher quilombola mais antiga da comunidade local, uma memória viva para muitos – essas atividades resgatam a história, os valores e as festas tradicionais das comunidades. “Eu me chamo dona Nita, sou quilombola com muito amor, não é com orgulho, pois não tenho orgulho de nada, eu tenho amor. E estou aqui hoje, ao lado das minhas companheiras, para agradecer cada iniciativa de consideração e respeito pelo nosso povo. Peço que esta tarde seja sempre repetida, nos calendários dos anos e nos almanaques da vida”, conclui.