Titular da SDA articula com ASA encontro sobre resiliência climática
10 de maio de 2023 - 17:13
Texto e fotos: Marcel Bezerra - Ascom SDA | Web: Luan Herculano
O titular da Secretaria de Desenvolvimento Agrário do Ceará (SDA), Moisés Braz, recebeu na tarde desta terça (9), na sede da pasta, representantes da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA).
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Na pauta da reunião, o processo de mobilização para a realização de um grande encontro de técnicos e agricultores de cinco territórios participantes da iniciativa Daki – Semiárido Vivo. Pautado na Gestão do Conhecimento e na Cooperação Sul-Sul, o projeto identifica e sistematiza experiências, processos de formação e intercâmbios de conhecimentos que contribuem com agricultoras e agricultores, técnicas e técnicos e suas respectivas instituições, em práticas e estratégias de Agricultura Resiliente ao Clima (ARC).
O secretário Moisés Braz recebeu Antonio Barbosa e Julia Rosas. Segundo eles, a ideia é fortalecer a parceria da ASA com o Ceará dentro do processo formativo ocorrido em 2022 e 2023, que deverá culminar com três grandes momentos. Um deles é um encontro no próximo mês de julho, em Sobral, com a participação de técnicos da SDA.
“O território de Sobral foi um dos de maior atuação do projeto Paulo Freire, e abriga várias experiências nos campos da convivência com o semiárido e agroecologia. Há também uma rede de articulação na área das sementes crioulas e tecnologias sociais, assim como parcerias consolidadas com instituições como Embrapa e escolas famílias agrícola”, aponta o secretário Moisés Braz. De acordo com ele, o encontro deverá ter caráter formativo, mas também com intercâmbios para troca de experiências.
Moisés também coloca o encontro como preparatório para outra iniciativa tratada durante a reunião, no caso o projeto “Semeando Resiliência Climática em Comunidades Rurais do Nordeste”. o projeto prevê a captação, pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) de US$ 129,5 milhões junto ao Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA) da ONU. O projeto conta, ainda, com recursos do Green Climate Fund (GCF) e contrapartida de quatro Estados, entre eles o Ceará.
“O evento que está sendo proposto pela ASA com apoio da SDA terá uma dinâmica de preparação para a chegada desse novo projeto que visa fortalecer os sistemas produtivos, aumentando a resiliência às mudanças climáticas, ampliar o acesso à água e alavancar processos de gestão do conhecimento”, coloca o secretário. A previsão é de que o Semeando Resiliência Climática impacte diretamente cerca de 1 milhão de pessoas, das quais 40% serão mulheres e 50% jovens, alcançando uma área de cerca de 84 mil hectares.
Além disso, serão implementadas 21 mil cisternas e 16 mil unidades de tratamento e reuso de águas residuais domésticas, bem como desenvolvidas sete rotas nacionais e internacionais (América Latina e África) de intercâmbio entre agricultores de regiões semiáridas. Estão previstas mais de 500 oficinas de sistematização de tecnologias e práticas sustentáveis já utilizadas por agricultoras e agricultores. Estima-se reduzir as emissões de carbono em aproximadamente 11 milhões de toneladas de CO2.
Sobre o Daki
O Daki é um projeto que tem como objetivo contribuir no enfrentamento às mudanças climáticas em três regiões semiáridas da América Latina: Corredor Seco Centroamericano (CSC), Grande Chaco Americano (GCA) e Semiárido brasileiro (SAB). Uma iniciativa apoiada pelo Fundo Internacional do Desenvolvimento Agrícola (FIDA) e realizada por duas redes de organizações da sociedade civil que atuam nessas regiões: a Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) e a Plataforma Semiáridos da América Latina.
Ele dá visibilidade a experiências e busca formar multiplicadores e multiplicadoras em uma Agricultura Resiliente ao Clima pautada na Agroecologia e na Convivência com os Semiáridos. Têm como princípio o entendimento de que o enfrentamento às mudanças climáticas deve estar alicerçado na democratização do acesso à água e à terra, na promoção de solos saudáveis e florestas conservadas, e no protagonismo e garantia de direitos aos povos dos semiáridos por meio de políticas públicas contextualizadas.
Com informações de semiaridovivo.org