SDA e Banco Mundial promovem oficina de inclusão social no saneamento

27 de maio de 2023 - 10:48

Texto e fotos: Rones Maciel (PSJ/SDA) Web: Marcel Bezerra

A Secretaria do Desenvolvimento Agrário do Ceará (SDA), por meio do Projeto São José (PSJ), promoveu, em parceria com o Banco Mundial (BIRD), capacitação em inclusão social no saneamento com corpo técnico do projeto e parceiros, nos dias 22 e 23 de maio, em Fortaleza.

Cerca de 70 técnicas e técnicos de projetos e programas de acesso à água e saneamento do Estado participaram da oficina “Inclusão Social no Saneamento”. O objetivo foi fazer o nivelamento conceitual, o mapeamento de desafios e boas práticas, a partilha de atividades e estratégias para fortalecimento do trabalho inclusivo na política pública no estado do Ceará.

A formação teve como público-alvo técnicas e técnicos das áreas social e de engenharia do Projeto São José, Projeto Malha d’Água/SCidades, KFW, Cagece, Sohidra e SISAR.

Partilha de metodologias inclusivas

Durante a oficina, os participantes partilharam boas práticas de inclusão e acessibilidade nos projetos e programas por meio de metodologias participativas e interativas, como teatro, fantoche, contação de história, aplicativos, desenhos, conversa desenhada, jogos, áudios, vídeos com acessibilidade com libras e legenda.

A Companhia de Água e Esgoto do Estado do Ceará (Cagece), apresentou, por meio da gerência de Responsabilidade Social e Integração Social, seus principais projetos e o programa de educação ambiental e social.

A empresa destacou o trabalho com metodologias analógicas, como o uso do teatro, mascote, fantoche e jogos com crianças em escolas, com linguagem lúdica e participativa. Outra intervenção estratégica da Cagece é o projeto RecicloCidades, que desenvolve ações de reciclagem e geração de renda com mulheres em situações vulneráveis. E o Projeto Sementes com ações continuadas de sustentabilidade em escolas.

O Projeto São José, por meio da sua assessoria Social, trouxe suas boas práticas com o uso de ferramentas e instrumentais de participação, protagonismo e autonomia das mulheres: o Diário do Tempo e Fazendo as Contas. Há ainda outras estratégias do PSJ com jovens e famílias com o uso de metodologias digitais, como vídeos, cards, QRCode e grupos de WhatsApp. O projeto destacou ainda a experiência no Edital São José Jovem, que garantiu a participação de um jovem com deficiência auditiva.

“Foram apresentadas metodologias participativas, ferramentas digitais e analógicas, a fim de facilitar o trabalho social com vistas a inclusão e a participação do público beneficiário, superando barreiras físicas e atitudinais, inovando as formas de abordagem e comunicação”, afirma a assessora de Gestão Social do Projeto São José, Cristina Barros.

A Cagece colocou a importância do diálogo com o Banco Mundial e as articulações com programas e projetos para o fortalecimento da companhia em nível estadual. “Essa oficina traz para nós um olhar global, porque, quando falamos em natureza, direito ao ambiente saudável, muitas vezes são tantas coisas estão envolvidas, que a gente não consegue pontuar tudo. Então, com os conhecimentos trazidos pelo Banco Mundial, a exemplo da questão de gênero, são ideias, formas de enxergar o campo que a gente trabalha que trazem uma visão global, integral para não fragmentar a realidade que estamos trabalhando”, destacou Patrícia Martins Gonçalves, doutora em Educação Ambiental e técnica social da gerência de Interação e Reponsabilidade Social da Cagece.

A oficina foi facilitada pela especialista em desenvolvimento social pelo Banco Mundial pro Brasil e América Latina, Juliana Paiva, juntamente com a consultora Ana Carolina Velloso Cordeiro. Juliana apontou os principais ganhos com os diálogos e articulações.

“A gente ganha mensuração de resultados mas, principalmente, colocar o indivíduo no centro das nossas ações. Essa também foi a grande mensagem. A gente não trabalha para a máquina pública propriamente dita. Trabalhamos para que as pessoas acessem um direito dos mais fundamentais, que é acesso à água potável e acesso ao saneamento.” Paiva destacou ainda os principais resultados alcançados e como avançar em nível estadual.

“Um resultado interessante é ver como as equipes que trabalham nos saneamento urbano e rural não se conheciam, não conheciam suas práticas de trabalho e passaram a se conhecer. E eu espero que os próximos passos sejam o desenvolvimento de uma padronização de atividades em comum e que possamos ter indicadores mensuráveis sobre o resultado do trabalho social. Isso, junto a essas comunidades que mais ganham com essas articulações e debates. A gente ganha capacidade técnica”, reforçou Paiva.

Sistematização gráfica

A oficina trouxe como intervenção criativa a sistematização gráfica durante os dias de formação. A partir de registros visuais, sob o olhar do desenhista e ilustrador Ricardo Wagner, foi possível registrar falas, depoimentos, avanços e desafios nas metodologias para mais inclusão e participação social nas ações com acesso à água e saneamento, no urbano e no rural.