Idace Debate apresenta os benefícios da agrofloresta e a força vital da caatinga

31 de maio de 2023 - 11:51

Os engenheiros agrônomos Itamar Lemos e Gislane Mendes expuseram, na manhã desta terça-feira, 30, as vantagens do sistema agroflorestal para o semiárido cearense e nordestino, ao participarem da 3ª edição do Idace Debate, que teve como tema Recaatingamento, uma tecnologia para o reflorestamento do semiárido. Itamar é diretor técnico da Ematerce e Gislane é assessora técnica do Projeto São José/SDA.

Gislane Mendes disse que ao contrário do que se tem colocado ao longo dos anos, o solo da caatinga “não é pobre, não é fraco e não é seco”. Muito pelo contrário. Como exemplos citou dois modelos estaduais de agrofloresta, um no município de Beberibe e outro em Limoeiro do Norte. Nos dois casos se consegue “a regulação climática, o sequestro de carbono e a conservação do nosso bioma”. Em Beberibe se dá com a criação de galinhas caipiras e de abelhas, e, em Limoeiro do Norte, com plantios de mandioca e cajueiro.
Itamar Lemos ressaltou a plantação de spondias em 182 municípios do interior cearense. Spondias é um gênero botânico de plantas resistentes à seca; logo, muito próprio para reflorestamento de regiões semiáridas. Os tipos mais conhecidos são umbu, umbu gigante, umbu-cajá e siriguela. Itamar lembrou ainda que esse modelo de reflorestamento é sustentável, altamente rentável e seguro para a agricultura familiar. Destacou também a geração de emprego e renda.

A implantação do recaatingamento enquanto projeto do governo prevê beneficiar 100 produtores por município ao longo dos 5 anos de implantação (sendo 20 produtores por ano). O retorno previsto é de R$ 150 milhões anuais, tão logo se implante um milhão de mudas e essas entrem em produção.

O debate, que aconteceu no auditório da Secretaria do Desenvolvimento Agrário (SDA), foi mediado pelo superintendente adjunto do Idace, Antonio Amorim e contou com presenças de técnicos do Sistema SDA.