Marcos Castro: secretário do CEDR completa 80 anos de vida, 30 dedicados à agricultura familiar

26 de junho de 2023 - 19:57

Texto: Marcel Bezerra | Foto: Rafael Fonteles | Web: Naélio Santos

Economista e administrador formado pela Universidade de Brasília (UnB), Marcos Castro é secretário executivo do Conselho Estadual de Desenvolvimento Rural (CEDR), instância de participação social da Secretaria de Desenvolvimento Agrário do Ceará. Ele completou hoje 80 anos de vida, e recebeu o carinho de amigos e colegas de trabalho.

“Marcos Castro é parte importante da história da agricultura familiar cearense. Por todos os órgãos onde trabalhou até hoje, deixou uma imagem de servidor comprometido com os agricultores, em especial aos mais pobres e que produzem quase tudo o que chega às nossas mesas. O Sistema SDA tem o privilégio de tê-lo até hoje contribuindo com a formulação de políticas públicas e debate sobre os temas ligados ao campo. Parabenizo a este homem de elevado espírito público, verdadeiro cidadão”, afirma o secretário da SDA, Moisés Braz.

Apaixonado por carnaval e fotografia

Funcionário de carreira do Ministério do Planejamento, para o qual foi transferido do Ministério da Agricultura, Castro está no CEDR desde 2007. Após atuar em em Brasília, em 1983 foi transferido para Fortaleza. Nascido na capital cearense, em sua trajetória no serviço público, trabalhou na Comissão Estadual de Planejamento Agrícola (CEPA), para depois exercer função de diretor técnico do Idace. Em seguida, retornou ao Ministério da Agricultura e trabalhou Incra, quando se aposentou em 1993 na condição funcionário cedido pelo ministério.

Após a aposentadoria, passou a trabalhar com a organização dos trabalhadores, especialmente assentados da Reforma Agrária. Realizou consultorias em órgãos como Idace, Incra, na antiga Seagri (hoje SDA) e Dnocs. No Idace, Marcos Castro dedicou esforços ao reassentamento das famílias atingidas pela barragem do Castanhão e pela construção do Porto do Pecém, até iniciar atividades como secretário executivo do CEDR em 2007, função que exerce até hoje.

Marcos Castro tem uma relação estreita com o carnaval, mas de Pernambuco. Lá, participa há cerca de uma década do bloco denominado “Lili não toca flauta”, que sai todos os anos, um dia antes do início da folia, de algum lugar de Recife. A cada edição vai acompanhado da esposa Maria das Dores Ayres Feitosa. “Acho o frevo lindo, para mim é a música mais nordestina dos ritmos. Sou levado ao bloco muito mais pelo aspecto de sociabilidade e amizade que as pessoas nos proporcionam”, explica.

Além disso, o hoje secretário executivo do CEDR, 80 anos de idade, tem na fotografia e na viagem algumas duas paixões. Passou a fotografar momentos de sua vida e viagens ainda com câmeras analógicas. Hoje dispõe de dois equipamentos, um digital e outro que registra instantes em negativos, trabalho responsável pelo grande acervo de retratos em casa. “Eu me encantava com a criatividade de tirar e revelar fotos de um amigo que conheci na França, onde morei três anos, entre 1978 e 1981”, conta.

Ainda como estudante, Marcos Castro morou no campus da UnB, de 1967 a 1971, tempo que lembra com emoção por causa da perseguição da ditadura. “A universidade só vivia sendo cercada pela repressão. Lembro muito fortemente de 1968, o ano que não acabou”, recorda. “Só saí de lá [do campus] porque fui convidado a deixar o local, pois já tinha me formado e morava numa casa junto com mais sete pessoas onde que cabiam apenas quatro”, brinca.