SDA marca presença na Marcha das Margaridas, em Brasília

16 de agosto de 2023 - 17:08

Texto: Assessoria de Comunicação | Fotos: Assessoria de Comunicação

A Secretaria do Desenvolvimento Agrário do Ceará (SDA) esteve presente na 7ª Marcha das Margaridas, nesta quarta-feira (16), em Brasília. O evento reuniu mais de 100 mil mulheres do campo, da floresta, das águas e das cidades, com representação de 33 países, conforme organização. O titular da SDA, Moisés Braz, esteve ao lado de lideranças sindicais e políticas do Ceará.

Realizado a cada quatro anos, a Marcha das Margaridas é considerada a maior mobilização política de mulheres da América Latina, segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag). A iniciativa leva para Brasília trabalhadoras de diversas regiões do país com o objetivo de apresentar pautas para assegurar direitos, eliminar disparidades de gênero e combater a violência feminina. Do Ceará, cerca de 2 mil pessoas estiveram presentes.

Secretário Moisés Braz durante a 7ª Marcha das Margaridas (Foto: Gustavo Araújo)

O secretário Moisés Braz estava entre a multidão que fez o trajeto de dez quilômetros do Parque da Cidade até o fim da Esplanada dos Ministérios. “A Marcha das Margaridas traz um legado de luta e resistência das mulheres. Estamos presentes aqui com a nossa delegação do Ceará e viemos aqui garantir apoio às bandeiras sociais. E esperamos que as reivindicações das mulheres sejam garantidas pelo governo Lula”, destacou.

O lema da 7ª Marcha das Margaridas foi “Pela Reconstrução do Brasil e pelo Bem Viver”. Durante o evento, as demandas dos grupos foram apresentadas diretamente ao Governo Federal. O ato integra a agenda permanente do Movimento Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (MSTTR).

Moisés Braz e Regma Queiroz na 7ª Marcha das Margaridas (Foto: Gustavo Araújo)

A coordenadora de Desenvolvimento Territorial, Cooperativismo, Comercialização e Economia Solidária (Codece), Regma Queiroz, destacou a força das mulheres. “A Marcha das Margaridas reafirma o nosso poder de organização, de reivindicação e de proposições políticas. Do ponto de vista dos direitos sociais, este foi o momento de apresentação para o Governo Federal e para a sociedade civil de nossas pautas. Foi um misto de emoções e ao mesmo tempo fiquei feliz em vivenciar esse momento. Daqui, saio muito reflexiva o quão o nosso Brasil é desigual e o quanto ainda, como mulheres, temos que lutar por igualdade de direitos”, frisou.

Iracema Oliveira (à esquerda) ao lado de servidoras de Tamboril (Foto: Arquivo Pessoal)

Pela primeira vez na Marcha das Margaridas, a professora e vice-presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Tamboril (SSMT), Iracema de Oliveira, reforçou a importância do evento. “Aqui, as mulheres mostraram suas forças e garantiram o protagonismo em busca de políticas públicas que são importantes para a reconstrução do Brasil e dos direitos da classe trabalhadora”, pontuou a liderança sindical do interior do Ceará.

Hofraina Pinheiro – Coordenadora Regional da Fetraece no Cariri (Foto: Arquivo Pessoal)

A coordenadora regional da Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado do Ceará (Fetraece) no Cariri, Hofraina Pinheiro, enalteceu a relevância política e social de Margarida Alves. “Seja do campo, das águas, da floresta, da cidade, todas têm o direito de pedir, falar e reivindicar. Esse movimento é uma forma expressiva de nós, mulheres, florescer das ruas de Brasília o nome de Margarida Alves, que tanto fez e lutou para que as pessoas tivessem uma vida digna”, concluiu a cearense.

Reivindicações

Conforme a organização do evento, estavam entre as demandas apresentadas a ampliação da participação das mulheres na política; combate à violência, racismo e sexismo; autonomia econômica; acesso à terra e educação; segurança alimentar; produção rural aliada à agroecologia e universalização da internet e inclusão digital.

Lula com decreto assinado (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

Após receber as demandas do movimento, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou o Pacto Nacional de Prevenção aos Feminicídios, com a perspectiva de atender os 13 eixos da pauta de reivindicações políticas das mulheres participantes da mobilização. Outras medidas voltadas para as mulheres foram anunciadas pelo Governo Federal. Uma delas foi a criação do Fórum Nacional Permanente de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres do Campo, da Floresta e das Águas.

Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria

O nome de Margarida Alves foi aprovado pelo Senado no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria, na terça-feira (15). Desde 2000, o nome da marcha é uma homenagem a Margarida Maria Alves, ex-presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande, na Paraíba. Ela foi assassinada em 12 de agosto de 1983 em resposta a sua luta pelos direitos da categoria. Desde então, a liderança se tornou símbolo da resistência de milhares de homens e mulheres que buscam justiça e dignidade. Até hoje, o crime segue sem solução.

O caso de Margarida Maria Alves chegou à Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA). Em abril de 2020, a comissão concluiu que o Estado brasileiro é responsável pela violação dos direitos à vida, integridade pessoal, proteção e garantias judiciais de Margarida Alves. O relatório ainda faz recomendações ao Estado brasileiro sobre como reparar integralmente os familiares da vítima; a investigação efetiva para esclarecer os fatos; o fortalecimento do Programa de Proteção a Defensores de Direitos Humanos, concentrando-se na prevenção de atos de violência. (Com informações da Agência Brasil).