Projeto trabalha diagnóstico da seca no Ceará

27 de outubro de 2023 - 16:39

Texto e fotos: Marcel Bezerra | Web: Luan Herculano - Ascom SDA

A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará (Ematerce), em parceria com a Funceme e a Universidade de Wageningen, na Holanda, apresentou os resultados do Projeto “Diagnosticando a seca: dimensões, dinâmicas e diálogos”. A apresentação ocorreu no auditório da Secretaria do Desenvolvimento Agrário (SDA) na manhã desta sexta (27).

Os resultados apresentados fomentaram discussões para integração entre pesquisa acadêmica e gestão pública. As informações visam melhorar a modelagem de previsão, tomada de decisões e a formulação de políticas públicas no que se refere aos impactos das secas.

Participaram da atividade o secretário executivo do Desenvolvimento Agrário, Marcos Jacinto, o presidente da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos, Eduardo Sávio e os pesquisadores David Walker, Sarra Kchouk, Germano Ribeiro Neto e Louise Cavalcante.

“A perspectiva é a gente poder juntar as nossas ações e desenvolver políticas cada vez mais assertivas que dialoguem com a realidade do semiárido cearense e que possam de fato gerar impacto positivo na vida das pessoas”, afirma o secretário executivo do Desenvolvimento Agrário, Marcos Jacinto.

De acordo com a pesquisadora Louise Cavalcante, o projeto é uma parceria de colaboração entre a Universidade de Wageningen, a Funceme, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a Universidade Federal do Ceará (UFC) e a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ematerce).

“O guarda-chuva desse projeto, o tema que perpassa várias componentes são as dimensões humanas na seca. Porque muito se fala de seca dos aspectos físicos, da agricultura, da disponibilidade de água. Mas as componentes humanas, como a sociedade interage em um ambiente semiárido, a respeito das políticas públicas, dos agricultores e a relação deles com as diferentes disponibilidades hídricas, isso não é muito observado. Então, como um projeto de pesquisa, a gente produz conhecimento nessa direção, de entender como as dimensões humanas devem ser também”, explica a pesquisadora.

Louise pontua o papel da Ematerce no projeto. “A interface prática aconteceu durante o desenvolvimento do projeto, quando a Ematerce entrou também como uma parceira muito importante nesse monitoramento, no diagnóstico de como a seca é sentida a nível local, para entender como as variáveis, além de físicas, da sociedade, são incluídas. Então, o aspecto prático nesse momento foi estender um monitoramento da seca”, detalha, ao acrescentar que foi feito um grande estudo sobre os tipos de impacto da seca. “Identificamos, de maneira geral, 3 mil diferentes tipos de impacto, e a gente foi descobrindo que muitos impactos não são realmente relacionados à seca, tem muito a ver também com o bem-estar, com a renda dos agricultores”, complementa ela, ao revelar que os novos técnicos da Ematerce foram treinados para faz um diagnóstico além da agricultura.

Para Louise, a vinda dos pesquisadores tem a perspectiva de estreitar ainda mais o diálogo “para que o conhecimento acadêmico, que é muito importante, não fique na ciência, que ele também possa ser aplicado a nível local”.