Ceará Sem Fome inicia novo ciclo com 40 unidades gerenciadoras e amplia combate à insegurança alimentar
14 de maio de 2025 - 21:19
Texto e fotos: Marcel Bezerra
O Programa Ceará Sem Fome, coordenado pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria do Desenvolvimento Agrário (SDA), iniciou nesta quarta-feira (14) um novo ciclo de atuação com as entidades que gerenciam as Unidades Sociais Produtoras de Refeições (USPRs) em todo o território cearense. Em evento realizado no Centro de Eventos do Ceará, foram acolhidas as 40 Unidades Gerenciadoras (UGs) selecionadas por edital público, que terão a missão de coordenar 1.500 cozinhas solidárias em 184 municípios, garantindo alimentação diária para famílias em situação de vulnerabilidade social.
A meta do programa é ampliar a oferta de refeições gratuitas de 125 mil para 150 mil por dia até 2025, fortalecendo não apenas ações emergenciais, mas também estruturantes, com foco na superação da fome e inclusão social. O secretário executivo de Planejamento e Gestão da SDA, Taumaturgo Júnior, representou o secretário Moisés Braz no evento.
“O que estamos vivendo hoje é um marco na história do Ceará Sem Fome. Com esse segundo edital, acolhemos 18 novas entidades e damos continuidade ao trabalho de 22 organizações que já vêm atuando com muito compromisso e qualidade. Esse encontro é de boas-vindas, mas também de planejamento e união, para que possamos cumprir com amor e eficiência essa missão de garantir segurança alimentar, dignidade e esperança ao povo cearense”, afirmou a primeira-dama e presidente do Comitê Intersetorial de Governança do programa, Lia de Freitas.
Além da ampliação do número de cozinhas e da rede de gerenciadoras, o programa também fortalece sua atuação em outros eixos estratégicos, como a aquisição de produtos da agricultura familiar e a capacitação e geração de renda para beneficiários. “Essas entidades que acolhemos hoje também serão parceiras nos processos de qualificação profissional e geração de oportunidades. Só conseguiremos avançar se unirmos esforços, respeitando os saberes locais e promovendo inclusão”, completou Lia.
Descentralização e eficiência
A expansão do programa é resultado direto da prioridade estabelecida pelo governador Elmano de Freitas. De acordo com o secretário executivo de Planejamento e Gestão da SDA, Taumaturgo Júnior, o novo edital foi orientado com base na ampliação do impacto territorial. “Saímos de 1.300 para 1.500 cozinhas, com mais unidades gerenciadoras, o que fortalece a descentralização. Isso aumenta a eficiência e garante que o prato de comida chegue a quem mais precisa”, destacou.
Cada entidade selecionada pelo edital apresentou capacidade técnica, estrutura operacional e experiência em ações sociais. Com o apoio do Governo do Estado, elas passam a receber insumos, suporte logístico e formação continuada para garantir o funcionamento pleno das cozinhas, com segurança alimentar e qualidade.
Vozes do território
Entre as entidades acolhidas, há tanto organizações já experientes no programa quanto estreantes comprometidas com a causa. É o caso da Associação dos Moradores do Conjunto Tancredo Neves (AMCTN), que amplia sua atuação com a gestão de novas cozinhas. “A gente já atendia cerca de 100 pessoas. Agora, com o apoio do Ceará Sem Fome, vamos alcançar mais de 4.200 em nove bairros, com 42 cozinhas. Nosso compromisso é com a qualidade e com o acolhimento de quem precisa”, explicou Paulo Henrique, representante da associação.
Para a Associação Cristã de Base (ACB), baseada no Crato, a participação no programa representa a chance de ampliar o impacto social na zona rural. “Vamos atender 5.400 famílias em cinco municípios. Conheço famílias que dividem um prato para o jantar. O Ceará Sem Fome é um projeto que chega para minimizar a fome do povo e também trabalhar autoestima, formação e conscientização. É desafiador, mas temos experiência e vamos fazer um bom trabalho”, afirmou Eliana de Lima, representante da ACB, que vai gerenciar cozinhas em Caririaçu, Juazeiro, Granjeiro e Várzea Alegre.
Já a Copasat, atuante na região dos Inhamuns, destacou a importância da ação para além da alimentação. “Estamos oferecendo diariamente 1.200 refeições em cinco municípios. Mas também estamos capacitando essas pessoas para o mercado de trabalho ou para o empreendedorismo, com apoio do Sebrae. O programa não apenas alimenta, ele dá esperança e reestrutura vidas”, relatou Túlio Coelho, representante da cooperativa, que gerencia USPRs em Tauá, Parambu, Quiterianópolis, Aiuaba e Arneiroz.
União para um Ceará Sem Fome
O encontro marcou também a apresentação do plano de trabalho, as responsabilidades de cada UG e o pacto coletivo por resultados. Nos próximos 12 meses, o Ceará Sem Fome quer não apenas alimentar, mas construir pontes entre a solidariedade e a cidadania. Como reforçou Lia de Freitas, “juntos, entidades, Governo e cozinhas, vamos garantir que nenhuma pessoa seja deixada para trás. E logo estaremos celebrando a assinatura dos termos de colaboração com todos os parceiros deste esforço coletivo”. Também estiveram presentes os representantes da Secretaria de Articulação Política do Governo, Antônio Carlos e Miguel Braz.