Escuta PSJ: Projeto São José promove escuta ativa, inovação e parcerias para transformar o meio rural cearense

15 de julho de 2025 - 21:12 # # #

Texto: Elane Lima | Fotos: Ascom SDA e Luiza Lobo

A Secretaria do Desenvolvimento Agrário do Ceará promoveu, nos dias 3, 7, 8 e 15 de julho, a Escuta PSJ, iniciativa realizada por meio do Projeto São José. A ação foi dedicada a ouvir quem move a agricultura familiar no estado. Colaboradores, Técnicos, Consultores e Parceiros participaram de uma programação intensa, construída para aprofundar o diálogo, fortalecer parcerias e lançar bases sólidas para a próxima etapa do projeto. A escuta se afirmou não apenas como um exercício de escutar, mas como uma estratégia central de planejamento e inovação, guiando a reformulação do Projeto São José em sua quinta edição (PSJ V).

Entre os destaques da programação esteve a apresentação do Estudo de Mercado do Estado do Ceará, conduzido por Gabi Marques, CEO do Polvo Lab. A pesquisa, realizada em parceria com o Projeto São José, mapeou as cadeias produtivas atendidas pelo projeto, oferecendo um panorama técnico e estratégico que permitirá decisões mais assertivas nos próximos passos do PSJ V. Paralelamente, o Projeto vem impulsionando agricultores, empreendedores e cooperativas do meio rural, garantindo a participação em feiras e eventos nacionais e internacionais, o que tem possibilitado o acesso a novos mercados e ampliado as possibilidades de comercialização dos produtos oriundos da agricultura familiar cearense. Para Gabi, “ouvir quem está no território é o primeiro passo para construir soluções reais e transformadoras. O Estudo de Mercado nasce dessa escuta qualificada e tem como objetivo orientar estratégias que fortaleçam as cadeias produtivas e abram novos caminhos para a agricultura familiar do Ceará“, afirmou.

A escuta também se aprofundou com contribuições de especialistas como Ricardo Cerqueira, consultor da AAGMAC, que abordou temas como a construção estratégica do novo projeto e a priorização de elementos-chave, a partir das contribuições vindas dos participantes. “A escuta ativa é mais que um gesto político. É uma ferramenta estruturante para projetos que buscam impacto social real. Ao valorizar o conhecimento local e fomentar a criatividade coletiva, a coordenação do São José reafirma seu compromisso com uma agricultura que respeita a tradição sem abrir mão da inovação“, destacou.

O evento também abriu espaço para que startups apresentassem soluções tecnológicas voltadas ao campo, aproximando e inserindo o Projeto São José do ecossistema de inovação do Ceará. As apresentações de startups como Sisagri, QGS Carbon, Geragri, Biopolitech, Biovalor, além dos Corredores Digitais e do próprio Nutec, mostraram que a agricultura familiar pode dialogar com a ciência e a tecnologia sem perder sua essência. “A presença dessas soluções reforça o caminho que o projeto vem trilhando: o da integração entre conhecimento técnico e saber popular“, ressaltou Nadir Chaves, técnica do Projeto São José.

Para Fuad Nogueira, diretor de Inovação e Empreendedorismo do Nutec, vinculado à Secretaria da Ciência, Tecnologia e Educação Superior, essa aproximação representa um esforço contínuo para tornar as cadeias produtivas mais sustentáveis, inclusivas e preparadas para os desafios do futuro. O diretor destaca que com base nesse movimento, o São José fortalece ainda mais sua capacidade de articulação entre ciência, assistência técnica e inclusão produtiva, consolidando-se como um modelo de política pública voltado ao desenvolvimento rural sustentável. “O Projeto São José está fortalecendo cada vez a ciência, a tecnologia para tornar as cadeias produtivas mais sustentáveis, mais inclusivas e mais inovadoras“, destacou.

Karina Holanda, Gerente de Fortalecimento Institucional do Projeto São José, afirmou que o diálogo com os beneficiários, técnicos e instituições parceiras é essencial para manter a eficácia e a relevância das ações desenvolvidas no campo. Destaca ainda que a construção coletiva também se expressa nas parcerias estabelecidas pelo Projeto São José com instituições como a Escola de Gastronomia Social Ivens Dias Branco, as universidades públicas estaduais e federais, a URCA, o Mercado Alimenta, o Polvo Lab, a Secretaria dos Povos Indígenas e o Movimento Slow Food. Essa rede de cooperação amplia a capilaridade do projeto e possibilita que as políticas públicas dialoguem com diferentes realidades e territórios. “A gente vem dialogando tanto com a técnica do projeto, quanto com instituições parceiras, com os beneficiários, para que a gente possa aperfeiçoar ainda mais o nosso processo de intervenção no campo e buscar soluções inovadoras“, ressalta.

Outro ponto de destaque são os editais voltados a públicos específicos, como o Juventudes Rurais, que amplia o protagonismo dos jovens no campo, e o Mulheres Rurais, reconhecido e premiado nacionalmente por adotar a metodologia da Linguagem Simples em sua construção. Esse reconhecimento evidencia o compromisso do projeto com a inclusão real, ao tornar os editais mais acessíveis, compreensíveis e próximos da realidade das agricultoras. Somadas às ações de apoio à participação em feiras e eventos dentro e fora do Brasil, essas iniciativas mostram que o São José vai além da execução de projetos. Ele fomenta inclusão, empoderamento e protagonismo rural.

Para Fátima Catunda, consultora do ConsultSocial, “o Projeto São José, com sua visão de futuro, busca aproximar parceiros e potenciais colaboradores, bem como promover o intercâmbio de conhecimento por meio da análise comparativa de diferentes iniciativas. O objetivo é impulsionar a inovação cultural, beneficiando a agricultura familiar e o território rural do estado do Ceará“, destaca.

 

Trinta anos de história, um novo ciclo de transformação

Com três décadas de trajetória, o Projeto São José entra em um novo ciclo, mais conectado com as pessoas, com o território e com o tempo em que vivemos. Para Fátima Catunda, consultora da ConsultSocial, a escuta também tem um papel cultural, ajudando a romper resistências e preconceitos em relação à modernização no meio rural.

Lafaete Almeida, Coordenador do Projeto São José, destaca a importância da ação. “A Escuta PSJ não foi apenas um evento de planejamento. Foi uma convocação ao coletivo, um gesto de humildade institucional e um marco para o futuro da agricultura familiar no Ceará. O Projeto São José segue firme como ponte entre políticas públicas e vidas transformadas, ouvindo com atenção, aprendendo com o território e atuando com coragem para que o homem e a mulher do campo sejam sempre os verdadeiros protagonistas da transformação“, destacou.