Lançado programa de revitalização da cajucultura no Ceará
23 de maio de 2012 - 21:32
6 mil hectares de copas de cajueiro improdutivos serão substituídos, beneficiando 1071 produtores de caju em todo o Ceará
O Governo do Estado do Ceará, através da Secretaria do Desenvolvimento Agrário (SDA) e da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ematerce) lançaram oficialmente, nesta quarta-feira (23), o programa estadual de revitalização da cajucultura. A solenidade aconteceu em Ocara e contou com a presença de lideranças políticas da Região e de representantes do setor da cajucultura no Ceará.
Serão substituídos 6 mil hectares de cajueiros improdutivos por mudas de caju anão-precoce, em 61 municípios cearenses, através do método de enxerto, em que é anexada parte da planta frutífera na muda que já não dá mais frutos satisfatoriamente. O investimento é de R$ 3 milhões para beneficiar 1071 produtores.
Os presentes conheceram a técnica do plantio através da substituição de copas em visita a uma propriedade, onde o agricultor Antônio Wagner, do distrito de Serragem, em Ocara, já plantou 8 hectares de caju anão-precoce com a substituição de copas, além de outros 9 hectares com sementes adquiridas pelo programa Hora de Plantar, somente em 2012. Hoje, Wagner é uma das referências em Ocara e na Região do Maciço do Baturité, com assistência da Ematerce, no plantio de caju anão-precoce com a substituição de copas.
Segundo o prefeito de Ocara, Leonildo Peixoto Farias, o método de substituição de copas está gerando renda para o município, com o auxílio dos técnicos da Ematerce. “Os resultados que foram apresentados até agora são animadores, e os nossos produtores de caju já comercializam com outros municípios e até mesmo com as indústrias da Região”, afirmou.
O presidente da Ematerce, José Maria Pimenta, destacou que o Ceará tem amplas condições de aumentar a produção de caju. “Temos o clima favorável do litoral e mais 540 quilômetros de cajueiro plantado em todo o Estado. Agora, precisamos oferecer a assistência técnica necessária aos produtores para que essa seja mais uma fonte de riqueza do nosso Estado”.
Já o secretário adjunto do Desenvolvimento Agrário, Antônio Amorim, destacou que esta é a oportunidade de se revitalizar a cajucultura no Ceará, usando a tecnologia barata e eficiente da substituição de copas. Segundo Amorim, o desafio agora é reunir os produtores cearenses em associação, para que eles sejam beneficiados com financiamento do Banco do Nordeste ou do Fundo Estadual de Desenvolvimento da Agricultura Familiar (FEDAF).
O secretário Nelson Martins lembrou que em junho, o Estado do Ceará assinará o contrato de empréstimo de US$ 100 milhões com o Banco Mundial para o Projeto São José III, que prevê investimentos em projetos de desenvolvimento rural sustentáveis e em abastecimento d’água, que poderão atender os produtores de caju da agricultura familiar.
“Temos o compromisso da Prefeitura de Ocara de nos apresentar projetos de abastecimento d’água que poderão atender até 100 famílias para serem contemplados com esses recursos. E esperamos também incluir os produtores de caju daqui e de outros municípios, nos projetos de desenvolvimento rural que serão beneficiados com o São José III”, afirmou o secretário.
Também durante a solenidade, em Ocara, foram entregues máquinas batedeiras de mamona para aumentar a produtividade da oleaginosa no Ceará. Foram beneficiadas três associações comunitárias nos municípios de Ocara, Choró e Canindé. O equipamento foi desenvolvido para a bateção de mamona, girassol, feijão e fava, fazendo que o rendimento médio seja de 1600 kg/hora de grãos batidos dessas oleaginosas. O investimento em cada batedeira foi de R$ 24.720,00.
Comunidades do município de Horizonte e Amontada receberam casas de farinha cujo investimento foi de R$ 100 mil, beneficiando 125 famílias.
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Cícero Lacerda – estagiário de Jornalismo
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