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SDA traça o futuro do desenvolvimento agrário no Cariri

18 de maio de 2018 - 16:28 ##agricultura ##sda #associações #cariri #seminário #zéleite

O destino da agricultura familiar na região do Cariri passa pela conservação dos recursos hídricos e pela preocupação com integração das cadeias produtivas com o mercado formal. A proposta de diálogo foi lançada pelo secretário do Desenvolvimento Agrário, Francisco de Assis Diniz, na manhã da última sexta-feira (18), durante o “Seminário de Associativismo e Desenvolvimento Local”, no município do Crato.

“Vocês aqui receberam esse folder que mostra o quanto investimos enquanto Secretaria. O que nos interessa é conhecer o passado, mas já identificarmos o que poderemos fazer no futuro. Quais são as ações que as secretarias municipais, as associações comunitárias e o movimento sindical pode se apoderar”, abriu o discurso no auditório do Geopark Araripe. O evento promovido pela Câmara Municipal, através do vereador Pedro Lobo, contou com a presença de cerca de 50 presidentes de associações comunitárias, além do prefeito José Ailton Brasil e do presidente da Câmara, Florisval Sobreira Coriolano.

“Nós temos algumas ações importantes, mas elas estão fragmentadas e não dialogam entre si não agregando valor ao que é produzido pelo homem do campo”, completou defendendo a indução para o desenvolvimento através da comercialização. “Estamos vinculados às associações e as associações sofrem uma dificuldade de, além de ter uma tributação muito pesada, não possuem uma carga de organização para se preparar e enfrentar o comércio local ou o agronegócio.

Citando o exemplo de sucesso da comunidade Serra da Malhada, o secretário observou que as políticas de desenvolvimento agrário, no momento, se encontram fragmentadas e que as associações comunitárias ainda precisam percorrer um longo período para estarem fortalecidas e encarar o desafio da comercialização. “Nós teremos uma nova etapa do Projeto São José, com um aporte de US$ 110 milhões, que precisa estar dialogando com a vida das pessoas. Não podemos realizar um investimento focado apenas numa comunidade, sem uma visão do que está sendo produzido na região e o que é necessário para acessar o comércio local e regional”.

“Não podemos mais, também, pensar numa agricultura de pivô ou de inundação, quando a cada ano o manancial diminui (o volume do rio), o índice pluviométrico reduz e a evaporação só aumenta”, criticou o modelo tradicional de irrigação ao citar o exemplo do Projeto de Irrigação na Minha Propriedade (PIMP), que acessou nesta semana novos investimentos junto ao Ministério da Integração Nacional. “O que negociamos, que foram R$ 14,6 milhões, para atender 1.383 pequenos produtores, foi um kit completo de irrigação, para que possamos produzir um suporte forrageiro para ovinocultura ou bovinocultura, de corte ou de leite”.

Ainda segundo o secretário, outros R$ 30 milhões foram assegurados junto ao Ministério do Desenvolvimento Social “para instalação de imediato contratar (a construção) de 9.200 cisternas” favorecendo a convivência com o semiárido. “E a última ação que nós gostaríamos de frisar é o fortalecimento da Ematerce. Iremos à Santa Catarina beber na fonte da experiência de sucesso deles para contratarmos, e o governador Camilo Santana já autorizou, 10 mil hectares de área irrigada, (para propriedades) de um até dois hectares: garantindo suporte forrageiro, reserva alimentar e assistência técnica”, concluiu.

Balanço da SDA

Nos últimos três anos, o município do Crato recebeu somente através da SDA investimentos que superam a marca de R$ 7 milhões. Somente pelo componente abastecimento d´água, incluindo o Projeto São José e o Programa Água Para Todos, foram atendidas 705 famílias em 13 comunidades rurais com a aplicação de R$ 2.280.667,34. Outras 525 famílias ainda serão beneficiadas com a conclusão de obras no valor de R$ 1.755.899,38.

A inclusão produtiva é outra preocupação da pasta em relação ao desenvolvimento agrário da cidade-pólo do Cariri. Através do Projeto São José, as comunidades Sítio Malhada e Sítio Genipapo estão recebendo investimentos da ordem de R$ 970.540,31 nas áreas de mandiocultura e bovinocultura leiteira. Além disso, por meio da Coordenadoria de Apoio às Cadeias Produtivas (Coape-SDA), o Sítio Malhada foi atendido com um kit de irrigação para sorgo forrageiro e um kit de inseminação artificial e a comunidade Ponta da Serra com um kit de irrigação.

Por fim, por meio do Instituto do Desenvolvimento Agrário do Ceará (Idace), foram entregue 728 títulos de propriedade rural no município e 158 agricultores familiares forneceram mais de 92 toneladas de alimentos por meio do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), com um investimento de R$ 426.600,33. A partir de junho, o PAA Leite fornecerá a rede estadual de ensino e assistência social 300 litros de leite bovino por dia.