SDA estuda adoção de abatedouros modulares pelo Projeto São José

1 de novembro de 2018 - 17:23 # # #

Ascom | André Gurjão- andre.gurjao@sda.ce.gov.br | Erivelton Celedônio - erivelton.celedonio@sda.ce.gov.br

Uma equipe da Secretaria do Desenvolvimento Agrário (SDA) recebeu na manhã desta quinta-feira (1/11) o diretor da Engmaq, Gerson Pilatti. Na conversa, que envolveu técnicos do Projeto São José, da Ematerce e da Coordenadoria de Apoio às Cadeias Produtivas da Pecuária (Coape), foi apresentada a adoção de modelos de abatedores modulares como alternativa para implementação de projetos produtivos da nova etapa do São José (PSJ IV). De acordo com o supervisor do componente Projetos Produtivos do PSJ, Raimundo Félix, ainda está prevista uma visita para que o corpo técnico da SDA conheça a tecnologia em pleno funcionamento.

“Como se trata de uma construção modular, entregue numa rapidez muito grande, a avaliação do São José é que devemos priorizar iniciativas que carreguem esse tipo de tecnologia, até mesmo porque também dão respostas às questões ambientais e de fiscalização sanitária”, justifica o supervisor. Segundo ele, no mesmo dia, “houve uma conversa muito boa com uma gerente da Semace” a cerca de processos de licenciamento ambiental e os encaminhamentos dados permitirão maior celeridade aos projetos produtivos em andamento.

A apresentação feita pela Engmaq não representa nenhum compromisso firmado pela SDA, através do São José, em adquirir a tecnologia desenvolvida em parceria com a Empresa Brasileira de Agropecuária (Embrapa). Entretanto, a mudança permitiria a padronização dos projetos produtivos, nas áreas de bovinocultura, caprinocultura, avicultura e suinocultura, e garantiria a higienização, otimização da produção, centralização da aquisição de equipamentos e máquinas num único contrato.

“É muito importante que os produtores saibam que inovações como essa trazem um bom ganho e o abatedouro modular, que permite o abate de 40 aves por hora, com apenas dois funcionários operando, diminui substancialmente os consumos d´água e de energia e, com isso aumentam o lucro do próprio produtor. E ainda tem a câmara fria onde o produtor pode guardar a carne por um dia. Então, a facilidade desses equipamentos só tende a beneficiar aos pequenos produtores da agricultura familiar do Projeto São José e também poderia ser utilizado pelo Projeto Paulo Freire”, justifica o coordenador da Coape, Márcio Peixoto.

Por outro lado, custos e ajustes em relação à instalação do container e da área de tratamento de efluentes precisam ser levados em consideração, além da fundamentação jurídica necessária para permitir a livre concorrência são algumas das preocupações. “As grandes empresas estão começando a pensar tecnologias mais simples e menores para atender os pequenos agricultores. Ainda que, hoje, no Estado do Ceará, já existem experiências desse tipo com custos menores”, observa o presidente da Ematerce, Antônio Amorim.

“Agora, uma das coisas novas que a empresa nos trouxe é que ela já monta os implementos na própria estrutura. O que evita obviamente a ´gambiarra´, o improviso e a baixa adaptação dos equipamentos ao ambiente de trabalho”, pondera Amorim.

Questionado, então, sobre a possibilidade de adaptação dos módulos ao ambiente do campo, Amorim responde tácito. “As tecnologias são importantes e obrigatórias, mas a cultura e os costumes ainda são muito fortes. Diria que também se faz necessário um novo perfil de formação para os profissionais agropecuários, e não só no Estado do Ceará, porque a cada dia o consumidor aumenta as suas exigências e os produtores precisam acompanhar essa demanda”.