Paulo Freire diversifica a produção e fortalece a agricultura familiar em Reriutaba

20 de julho de 2020 - 11:08

Texto: André Gurjão | Imagens: Instituto Antônio Conselheiro

Mesmo dentro de casa, os beneficiários do Projeto Paulo Freire estão preocupados com a segurança alimentar e em escoar a produção agrícola por meio do comércio virtual. Em Reriutaba, a agricultora Helena Soares sabe muito bem da importância da agroecologia para quem vive no campo. “A grande preocupação que temos é que diminuirmos os gastos. Se o capital perder a força, a humanidade cresce, e se a humanidade gastar demais, ela se torna desumana”, versa.

“Com o Paulo Freire, temos recebido um grande incentivo para realizar a comercialização e, na minha casa, consigo desenvolver a economia sustentável. Antes (do projeto), a gente dependia do roçado do milho e do feijão e, hoje, cultivamos outros produtos, como o urucum (coloral), que tenho vendido na porta de casa mesmo”, agradece a agricultora que é uma das mulheres experimentadoras da Caderneta Agroecológica na comundiade Riacho das Flores.

Além do corante natural, também utilizado em lambedores e no molho de pimenta artesanal, Helena passou a cultivar o jerimum caboclo, a fava e o limão e trabalhar a venda do artesanato, como na confeção de máscaras de proteção caseiras, canetas com detalhes em EVA e laços de cabelo. “O reuso (d´água de cinzas domiciliares) está quase pronto e, em breve, conseguiremos uma plantação ainda mais vasta de mamão”, comemora assistida pelo Instituto Antônio Conselheiro (IAC).

“Estamos unindo a comunidade para organizarmos a nossa produção e temos várias pessoas vendendo o surrão de palha, o landuá e os doces. E tudo agora é on-line, né?!”, brinca a beneficiária da ação que busca eliminar a extrema pobreza rural em 600 comunidades rurais de 31 municípios cearenses. A meta da iniciativa financiada a partir de um acordo de empréstimo junto Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA) é chegar a 60 mil famílias cearenses do campo.