Jovens do Ceará participam de encontro de jovens rurais do semiárido no Piauí

9 de abril de 2019 - 09:18

Ascom | Bernardo Lucas - bernardo.lucas@sda.ce.gov.br | Rones Maciel rones.maciel@sda.ce.gov.br

As juventudes do semiárido cearense, apoiadas pela Secretaria do Desenvolvimento Agrário (SDA), por meio dos projetos Paulo Freire e São José, participaram do “II Encontro de Jovens Rurais do Semiárido – projetos FIDA no Brasil” nos dias 5, 6 e 7 de abril, na cidade de Picos, Estado do Piauí. O evento é uma realização do Fundo Internacional do Desenvolvimento Agrícola (FIDA), Programa Semear Internacional e Projeto Viva o Semiárido, em parceria com movimentos sociais e de juventudes, Prefeitura de Picos e Governo do Estado do Piauí.

O II Encontro de Jovens Rurais do Semiárido reuniu cerca de 500 participantes, entre jovens e representantes dos estados do Ceará, Bahia, Paraíba, Pernambuco, Sergipe e Piauí. As juventudes do Ceará, com cerca de 40 participantes foi representada por jovens beneficiários dos Projetos Paulo Freire e São José e dos movimentos sociais, Fórum Cearense pela Vida no Semiárido e MST, e FETRAECE, Projeto Dom Hélder Câmara e Escola de Gastronomia do Ceará.

Além de ocuparem os espaços de debate e proposição, os jovens do Ceará contribuíram no cerimonial do evento, elaboração da carta das juventudes, facilitação de oficinas e mediação de plenárias. “O maior desafio para nós é não aceitar se identificar como índio. Para isso mudar é preciso ter a maior participação em eventos como esse. No Ceará, (por exemplo) temos identificado 14 povos indígenas, o que acho muito pouco. É preciso identificar mais, e o jovem pode ajudar nisso”, acredita o jovem indígena Thalysson Teixeira de Matos, da Aldeia Tabajara, município de Quiterianópolis.

Já a jovem quilombola Joseli Cordeiro, de 26 anos, mediou a plenária “Quebrando paradigmas: Juventude, relações de gênero e diversidade sexual”. A jovem do Quilombo Batoque, município de Pacujá, destaca a importância de pautar as questões e os desafios que as juventudes mulheres e LGBT+ têm no campo. “São temáticas que agora estão ganhando corpos nesses eventos. A gente sempre soube dessa diversidade no campo, mas só recentemente estão sendo rediscutidos com mais força. É muito importante a gente quebrar esses paradigmas”, frisou.

Talentos do Semiárido

Durante o evento, as juventudes puderam expor e comercializar produtos naturais e beneficiados. Os projetos da SDA levaram o artesanato, como chapéus e bolsas da palha da carnaúba; sabonetes produzidos a partir do óleo do coco do babaçu e aromatizados com essências naturais; doce de coco e mamão; e acessórios produzidos por grupos de jovens e mulheres beneficiárias do Projeto Paulo Freire.

“O encontro precisava ter um posicionamento político e conseguiu dar esse caráter. E, ao mesmo tempo, de formação e construção de conhecimento. Os jovens conseguiram muito bem assimilar todo esse contexto nacional e o processo de aprendizagem entre todos”, afirma Moacir de Sousa Júnior, técnico do Projeto São José.

“A realidade da juventude camponesa, em qualquer que seja o local que ela está inserida no Nordeste, é uma realidade muito comum, parecida. E a construção desses cenários e oportunidades é importante que as políticas públicas estejam de fato integradas: convivência com o semiárido, educação, cultura, na perspectiva de sempre avançar”, complementa Íris Tavares, coordenadora do Projeto Paulo Freire.