SDA articula cooperação Ceará-Panamá para a Agricultura Familiar

6 de março de 2024 - 20:33

Texto e fotos: Marcel Bezerra

O Governo do Ceará, por meio da Secretaria do Desenvolvimento Agrário (SDA), deu início nesta quarta (6), a uma agenda de cooperação com o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MIDA) panamenho com o objetivo de fortalecer a Agricultura Familiar no estado cearense e no Panamá.

Liderada pelo secretário do Desenvolvimento Agrário, Moisés Braz, a equipe SDA que está no Panamá esta semana se reuniu com o vice-ministro do MIDA, Alexis Piñeda, e com a equipe do órgão para discutir a cooperação entre os governos com ações de transferência de tecnologia, assistência técnica, políticas públicas e comercialização na área da Agricultura Familiar. Ao final do encontro, Moisés Braz reforçou o convite para que o governo panamenho envie uma missão a fim de conhecer o trabalho do Ceará no apoio aos agricultores cearenses.

Além do secretário Moisés Braz, participaram da reunião o embaixador do Brasil no Panamá, Carlos Henrique Moojen de Abreu, o presidente da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará (Ematerce), Inácio Mariano, o assessor Fuad Nogueira, a gerente de fortalecimento institucional do Projeto São José/SDA, Karina Holanda, e a CEO da Lima Costa S/A, a consultora Valéria Lima Costa, promotora oficial do Brasil na Expocomer.

Moisés agradeceu ao vice-ministro em nome da delegação cearense e destacou os objetivos da missão. “Estamos aqui em uma oportunidade ímpar para apresentar ao governo panamenho nosso desejo de fazer parcerias. Com a compreensão de que somos países irmãos e que temos problemas muito parecidos, portanto a delegação está aqui para apresentar o que o Governo do Ceará está fazendo e nosso interesse, que é articular com o governo do Panamá ações para desenvolver mutuamente a agricultura de base familiar” disse, ao adiantar que a missão irá apresentar a proposta da construção de um centro de distribuição de produtos da agricultura familiar na Zona Livre de Colón, no Panamá.

Ceará: potência na produção de alimentos

De acordo com o titular da SDA, o Governo do Ceará se dedica a promover os produtos de associações, cooperativas agricultores com valor agregado dentro e fora do Brasil, e o Panamá pode contribuir com esse processo. “Queremos abrir mercado para que nossos produtos possam ser exportados para todo o mundo, e o governo panamenho é um excelente parceiro com experiência em divulgação, logística e comercialização. Por outro lado, podemos apoiar os agricultores familiares panamenhos através da transferência de conhecimentos e tecnologias que possibilitem o incremento da produção e a inclusão produtiva dos trabalhadores do campo. É uma via de mão dupla”, explicou.

O embaixador do Brasil no Panamá, Carlos Henrique Moojen, abriu a reunião destacando o potencial do Ceará a partir da localização estratégica e do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP) com a Zona de Processamento de Exportações e da proximidade do Ceará com o Panamá. Nas palavras dele, investimentos nas energias renováveis e na agricultura familiar tornam o Ceará referência para outros estados no que diz respeito à boa governança e boas políticas “Creio que o futuro dessa relação entre Brasil e Panamá, mas sobretudo por meio do Estado, ensejará frutos muito importantes para os dois países”, afirmou.

O vice-ministro Alexis Piñeda reconheceu o “déficit histórico do Panamá em estreitar laços de cooperação e de intercâmbio de experiências e tecnologias com o Brasil”. De acordo com ele, o MIDA, embora tenha tamanho relativamente pequeno dentro da estrutura governamental, tem uma grande responsabilidade que é cuidar da alimentação do povo do Panamá. “Para poder cumprir essa tarefa, precisamos estar sempre melhorando, aplicando as melhores práticas, tecnologias de ponta que estão sendo desenvolvidas”.

O presidente da Ematerce, Inácio Mariano, classificou o momento como “histórico” para o Ceará. Para ele, o Brasil é uma potência na produção de alimentos para exportação, mas também para o consumo interno, e ocupa a nona posição no ranking das maiores economias com grande contribuição da agropecuária para o Produto Interno Bruto (PIB).

Sobre o Ceará, o presidente da Ematerce pontuou que o estado tem grandes desafios na produção de alimentos diante dos baixos índices pluviométricos devido à localização em zona semiárida. “Para isso, a gente tem buscado parcerias com os institutos de pesquisa e com a academia no sentido que a gente possa fortalecer a nossa produção agrícola. Temos um bioma único no mundo, que é a caatinga, onde produzimos quase tudo, como a castanha, mel, mandioca, entre outros diversos gêneros”, colocou, ao afirmar que o Panamá tem muito a contribuir com o Ceará com a troca de experiências e de conhecimento no sentido fortalecer a parceria.